[Concluída] Não vi que era errado.

Camilla era uma garota bem rica, esnobe, que gostava de pensar somente em si mesma, e ás vezes, nem pensava nela, e sim em sua beleza exuberante, grandeosa e perfeita.

Quando estava voltando de seu colégio em sua limusine, começa uma grande tempestade, que parecia que ia durar muito, mais muito mesmo.

-Droga! Justo hoje?! Minha beleza não suporta chuva! Ela fica toda xoxa... MOTORISTA!
-Sim, senhorita Camilla?
-Eu quero que você ande logo para casa, não fique aí parado num estacionamento de quinta categoria!
-Mas, senhorita Camilla, é muita água, a rua pode estar alagada, e este é o estacionamento mais perto que consegui encontrar, sendo de qualquer categoria.
-Nada disso! Vá logo, saia daqui, que eu quero ir para o meu quarto e deitar na minha cama, naquela cama super macia, e trocar mensagens com as amigas por iPhone!
-Tudo bem, se é o que a senhorita quer...

E o motorista tinha razão, a rua estava muito alagada, aliás, alagadas não, INUNDADAS. Não era uma boa idéia sair para fora do estacionamento naquele momento. A chuva era tanta que cegava o motorista, que tentava desviar de todos os pedestres desesperados para voltar para suas casas.

-Ande logo, Bóris! Quero logo chegar em minha mansão. ESTÁ ME ESCUTANDO, ANDE LOGO BÓRIIIIIS!

Camilla ficava gritando, e deixava o motorista, além de desesperado, desconcentrado. Foi quando ele não percebeu que havia vindo um caminhão em sua frente, que bateu na limusine, e, por trás, veio outro carro em alta velocidade, que também bateu na traseira.

Dois dias depois, Camilla acorda em uma cama de hospital, e não conseguia se mover. Estava com os braços, pernas e pés engessados, e, quando chega uma enfermeira no quarto de hospital, Camilla pergunta:

-Porquê estiu nesse lugar?! E porquê não consigo me mover?!
-Acalme-se, sou sua enfermeira. E você sofreu um acidente de carro.
-Carro não. L-i-m-u-s-i-n-e.
-Tanto faz, mas, você sofreu um acidente, e ficou tetraplégica, e não conseguirá se recuperar. E quanto ao motorista, ele faleceu, não conseguimos fazer ele sobreviver. Vou buscar o médico, ele vai te colocar a anestesia para fazermos uma cirurgia,e se der tudo certo, começaremos a sua fisioterapia.

A enfermeira sai do quarto, e Camilla pensa: "O que eu fiz? Por minha causa, aconteceu um velório, estou tetraplégica para sempre, e não poderei voltar atrás. E eu não vi que era errado."