Corredores

Hime não tinha rumo definido, quando sua atenção voltou-se à Sam. O brihlo da marca da lágrima de outrora ficou bem perceptível com a luz que bateu na sua face. A pupila da professora estava dilatada e brilhante, mas ela tentava mostar uma face serena.

- Estou bem. - disse, forçando um sorriso (e como vale lembrar, sorrisos não são o forte de Hime). - Não precisa se preocupar.

Ajeitou a blusa regata, e olhou para os olhos de Sam, pareciam preocupados. Por favor, que ele não fique assim, pensava, gentilmente. Não gostava de deixar as pessoas assim, muito menos de ser motivo de 'pena', ou coisas do tipo. Hime gostava de parecer forte, e algo assim não era exatamente bom para ela.



-- Roupa da Hime, algo estilo isso, só que sem o camuflado, armas, etc. (y)

Sam encarava-a preocupado. Não era íntimo da professora, mas se preocupava com ela como se já fosse uma amiga.

- Ah - Sam fez uma expressão de surpresa, pois não esperava que Hime sorrisse daquele jeito - Então... Por quê está assim? - Disse olhando diretamente nos olhos de Hime e notando as lágrimas que começavam a se formar.

Hime, sua boba, você definitivamente não sabe mentir...


-

Amei a roupa da Hime. Ela tem estilo rs

Hime ainda se sentia confusa. Sua cabeça doía, e ela só queria ir dormir. Não que ela pudesse fazer algo do tipo no momento. Só poderia fazer isso quando estivesse no final do dia do acampamento, fora isso, teria que cuidar dos alunos.

- Só estou cansada... Ainda nem tive tempo de comer e já tenho que levar as pessoas pro ônibus...- tentou mudar de assunto. A mente de Hime ainda estava desconfortável, mas ela não havia mentido ao todo. Na verdade, fora sincera.

Foi caminhando até um pequeno banquinho no meio do corredor, descansando as pernas. Sam acabou por segui-la.

O que a lembrava: Seu ruivo pediria para que ela se sentasse, que ele cuidaria do resto e que ela não precisava se preocupar com nada por um tempo. Pegaria alguma besteira para ela comer, e no final a deixaria atrasada para o compromisso. Quase riu, lembrando-se das felizes lembranças. Felizes, tristes e nostálgicas. Seu olho novamente cristalizou.

Um cisco., mentiu para si mesma.

Sam tentava ao máximo saber o que havia acontecido com Hime.

- Como você passou tanto tempo sem comer? - balançou a cabeça - Será que não sabe que não pode? - Disse sorrindo sem graça.

Sam apalpou os bolsos traseiros da calça atrás de alguma comida, e achou, uma barra de cereal. Estava um pouco amassada, mas ainda estava na validade (e era de chocolate).

- Tome! - Disse oferecendo para Hime - Eu insisto!

Abriu a mão da professora e colocou a barrinha de cereal delicadamente dentro dela, e depois fechou de novo.

Beri sentiu que algo estava acontecendo com Hime, e ela sente os sentimentos das pessoas, contando. -q

E como Beri é safada e ama um colo, vai e pula em Hime, e começa a esfregar sua cabeça no pescoço, com motivos duplos, receber carinho e ajudar Hime.

- Arf, arf! Tradução: Hime-sensei... Vai ficar tudo bem, alegre-se! Coma a barra de chocolate que Sam te deu!

Ela olhara para a mão de Hime com a barra de chocolate, e depois olhou para a boca de Hime, querendo mostrar que era para ela se alimentar.

Sentou-se no banco, um tanto sem saber o que fazer. Começava a escutar uma garoa ao fundo, e isso parecia reconfortá-la.

- Hehe, são tantas coisas me distraindo... - disse, meio sem jeito. - Até me esqueci de algo tão simples. - concluiu, um pouco mais animada.

Ficou em silêncio depois, quando um bicho fofo pulou em seu colo. Não pôde deixar de se sobressaltar, mas o pêlo era tão macio e fofo. Hime adorava essas coisas, por mais que não admitisse. Conseguiu evitar um sorriso tímido, mas acabou corando levemente.

Então sua atenção foi tomada por Sam, ao pegar sua mão e colocar uma barra de cereais nela. Aí sim, ela corou completamente. Sua visão ficava um pouco mesclada e alternada, o seu ruivo, Sam, o seu ruivo. Sorriu, não conseguiu evitar.

- Não precisava... - disse, embora realmente gostou do ato - Obrigada, Sam.

Abriu a embalagem da barrinha de cereal, e sem demoras, começou a prová-la. Era boa, e a cada mordida que dava, sentia mais fome.

A barrinha, entretanto, não demorou a acabar. E a garoa, ao ínves de amenizar, piorou, e o tempo estava realmente feio lá fora. Não que ela realmente se importasse, sempre adorou o barulho da chuva, brincar na chuva, e coisas do tipo.

- Bem, eu acho que eu... devo ir indo. E obrigada, Sam. - falou, mais calma. Depois olhou para a coisa peluda em seu colo, e acariciou o seu pelo suavemente. - E obrigada você também.

Olhava a porta transparente que dava ao Jardim, à sua frente, sentindo uma vontade enorme de ir para lá.

Beri saiu do colo de Hime, que estava se levantando ao pouco, ela acariara seu pelo por um pouco de tempo, e quando esta se levantou, esfregou uma vez na sua perna esquerda, e voltou para o lado da dona, que somente observava.

Começara a chover. Ringo se aproximara de Sam e Hime.

-Droga... uma pena que está chovendo...

Se aproximou mais de Hime. Podia ser esnobe, mas tinha um bom coração. Colocou uma mão em cada lado dos ombros de Hime.

- Posso não te conhecer, mas fiquei preocupada. Sou Ringo.

Fez uma pausa, para achar palavras.

- Quer que eu cozinhe algo pra você?

Sam corou quando sua mão encostou na mão de Hime. A situação, que antes achava que seria super estranha, estava sendo mais estranha ainda. O contato com a professora que ele havia tentado beijar a algumas horas atrás realmente lhe deixava desconfortável. ( e é possível contar nos dedos as coisas que deixam Sam desconfortável)

Ignorou a vontade de abraçar Hime, pois achou que algo assim assustaria Ringo e soltou a mão da professora.

Ringo, calma.. Vai assustar ela..

Sam estava incomodado com a cena, mas ignorou o desconforto de novo, pois o bem estar da professora importava mais.




Dorimu suspirou. Yurippe já estava inquieta de ficar sentada, por isso se levantou. Olhou para os lados, nenhum grupo parecia se formar.

- Yuri-chan! Vamos fazer alguma coisa! - dizia Dorimu.

Yurippe começou a andar com seus passos curtos e tímidos em direção à biblioteca.

Hime começou a se irritar internamente. Pessoas preocupadas. Que idiota era ela! Deixar pessoas preocupadas com ela. Ela não podia deixar isso, não podia mesmo. Tinha que ser forte, e como seria forte se as pessoas ainda sentiam isso por ela? Concentrou-se e tentou ignorar estes pensamentos eminentes.

- C-cozinhar? - perguntou, assustada. Rapidamente negou com as mãos e a cabeça. - Não precisa, mesmo. Já comi a barrinha, estou bem ~ - envergonhava-se com sua situação. -Obrigada, de qualquer forma.

Então escutou-se o aviso da presidente. O acampamento fora cancelado?! Por que?! Tinha que ir se informar. Levantou do banco então, ajeitando rapidamente o cabelo e as vestes.

- Bem, agora... eu preciso ir. E... eu estou bem, relaxem. - comentou, com um aceno fofo (?).

Cortarei caminho pelo jardim, pensou, animando-se com a idéia de passar pela chuva.

Sam analisou a professora se afastando. Não disse nada, conseguia imaginar o que ela estava sentindo.

- Ringo, o que você quer fazer agora? - disse com um sorriso amigável no rosto.

Ringo somente ouvira o que Hime disse, e ficara calada, pois esta já saia para o jardim.

Ela está com vergonha.

Pegara Beri no colo, e virara para Sam.

-Vejo que não teremos mais acampamento, então o melhor é voltar para o quarto, e desfazer as malas, pois não poderíamos sair com elas por aí.

Sam olhou para Ringo, sério.

- Ok então. - disse olhando para o chão e colocando as mãos nos bolsos. - Foi muito legal da sua parte... Sabe...

Ringo ouvira o que Sam disse. Com um tom sério e avoado disse:

- Ela se sentia mal por alguma coisa. Quando alguém está triste, temos que ajuda-la a se sentir melhor. - Agora olhara para Sam com um sorriso. -Foi o que tentamos fazer.

Beri saiu do colo de Ringo, indo para algum lugar do colégio.

A falta de assunto assombrou os dois novamente. Sam começou a ficar sem graça, até que inventou alguma coisa para falar.

- Então Ringo, o que você costumava fazer em casa enquanto estava chovendo lá fora? - disse colocando o braço esquerdo no pescoço da garota.

Estava achando cada vez mais comum o modo que Sam envolvia seu pescoço em teus braços.

- Eu costumava cozinhar... - A pausa que quase sempre fazia. - Ou conversava... até experimentava combinações de minhas roupas com penteados. Mas o que eu mais gostava era de ter alguma companhia do meu lado. Aqui não vai ser tão difícil.

Ringo sorriu.

Sorriu.

- Pode contar comigo, como pelo menos um ouvinte.

O corpo de Ringo parecia gelado, e aquilo deixou Sam preocupado.

- Está com frio Ringo? Posso te aquecer, qualquer coisa...

Estava ficando cada vez mais quentinho, e quando Ringo se sentia perto de Sam, esquecia sempre o frio, mas a porta em direção ao jardim trazia um vento meio forte, e estremeceu as pernas.

Mas e se Sam ficar com frio? Melhor não...

- Pode deixar, estou bem. - Parou um pouco e vermelha. Sabia mentir bem. Era profissional nisso, mas ficara com vergonha de mentir para Sam. - Não sinto muito frio. - Olhou para o amigo agora, sua expressão de preocupado o deixava

Mais irresistível.

Sam continuou andando cada vez mais para o lado de Ringo, juntando seu corpo ao dela.

- Para onde será que a Beri foi hm? - Disse quando notou a ausensia da loba.

Ela olhou para os lados, e viu que a peuena não estava mais ao lado dela e de Sam.

- Agora que eu percebi... mas ela deve estar por aí, qualquer hora ela chega no quarto... tomara que não tope com aquele cachorro histérico da Lexi...

Deu uma risada abafada, depois olhou para a marca de mordida em sua perna, e a risada foi deixada para trás. Não sentia mais dor, mas não gostava da sensação.

Sam notou o desconforto de Ringo olhando para a perna.

- Deixa eu dar uma olhada nisso.

Sam agachou-se e fitou a perna de Ringo por um tempo curto. Como não era médico, nem enfermeiro, não demorou muito para se levantar sem nenhuma conclusão do ferimento.

- Acho melhor eu te levar na enfermaria...

Ringo tinha interesse em medicina, mas sem mostrar interesse no estudo, afirmou.

- É melhor, pode estar infectado ou algo do tipo. Pode não ter sangrado, mas acontecido alguma coisa, deve ter acontecido.

Pegou na mão de Sam e saiu em direção a enfermaria.