[Stefan ~ Remie]

É aqui., pensou. Abriu a porta do quarto, e se deparou com um quarto simples e sem decoração alguma. Provavelmente, esperando que os próprios alunos decorassem.

Adentrou ao quarto. Tinha duas camas lá, uma no canto direito e outra no canto esquerdo, mas ambas no fundo do quarto. Tinha uma bancada com algumas gavetas ao lado de cada uma das camas, e uma porta, que provavelmente levaria ao banheiro.

Remie estava cansado, então jogou as duas malas de um canto, já que a terceira estava com Stefan, e pulou na cama, antes de fazer qualquer outra coisa. 'Tão macia....', pensou. Se deixou relaxar durante um tempo. Mais tarde exploraria a escola. Queria conhecer os jardins.

Stefan colocou a mala de Remie ao lado das dele e se sentou na cama, jogando a mala e uma mochila de lado. Se jogou na cama e colocou as mãos atrás da cabeça.

Se esticou para tirar os grandes fones de dentro da mochila e colocou nos ouvidos. Fechou e olhos, mas resolveu falar com Remie antes.
- Cara, se eu dormir e chamarem a gente pra fazer alguma coisa, basta tirar os fones do meu ouvido.

- Claro. - respondeu Remie. - Mas já vai dormir? Ainda não devem ser nem 5 horas da tarde. Já está escurecendo, mas não acredito que durma tão cedo, cara. - sorriu.

Remie então começou a arrumar suas coisas. Pegou seu celular, e não viu nenhuma ligação perdida. Colocou-o dentro de uma gaveta, a mesma onde depois colocou seus cadernos. Pegou então alguns porta-retratos vazios e uma câmera, porque pretendia tirar algumas fotos lá. Guardou em outra gaveta. Pegou despertador, relógio, perfume, notebook, livros, e mais um tanto de coisas que não sabia como havia colocado nas malas, e logo sua bancada estava toda cheia e desarrumada. Mas deixou do jeito que estava.

Olhou para Stefan, se aproximou, e tirou os fones dele.

- Vou explorar a escola. Não volto cedo. - disse, e sorriu.

Não demorou muito, e saiu.

Stefan sorriu, ainda de olhos fechados.
- Eu não durmo tão cedo, mas estou cansado da viagem.


Pouco tempo depois, veio lhe avisar que iria sair. Em tom de brincadeira, exclamou enquanto o outro saia pela porta.
- Iterashai!

Remie abriu a porta rapidamente. Não sabia como havia acertado o quarto, mas havia. Sentia seu rosto arder, talvez por ter andado uma boa parte de seu caminho segurando as mãos de Lexi. Soltou as mãos dela assim que entrou.

Ao olhar para o lado rapidamente, notou que Stefan ainda estava dormindo. Avançou até sua cama, e se deitou.

- Ele ainda dorme. - disse. - Pode acordá-lo.

Stefan continuava dormindo tranquilamente. Lexi se aproximou lentamente, sem fazer barulho com os pés, tirpu os fones ouvido dele, enfiando um dedo ababdo em seu ouvido, fazendo este dar um pulo e sair da cama.

- Lexi, eu já disse que isso não tem graça! - Ele reclamou enquanto se levantava.

- Não pra você. - Ela afirmou ainda rindo.

- Tá, o que você quer?

- Primeiramente, voce está com a minha palheta. Em segundo, eu quero um refrigerante. - Ela disse contando nos dedos enquanto se deitava na cama de Stefan, cruzando as pernas.

- Eu tenho cara de ser seu mordomo?

- Não, mas você já trabalhou como garçom e este trabalho lhe cai como uma luva. - Este apenas suspirou, enquanto abria a mala e entregava a palheta para ela.

Remie escutava aquela discussão entre irmãos, meio inquieto. Não se sentia à vontade.
Pensou melhor, e resolveu ir tomar um bom banho.

Abriu uma das malas, e pegou uma camiseta branca, mas com detalhes em preto e cinza, que gostava bastante. Pegou um cinto de tachinhas, uma calça jeans preta, e rapidamente uma peça intima, que logo escondeu.

Foi para o banheiro, e trancou a porta.

Stefan dirigia até a porta.
- Eu vou lhe cobrar depois isso.

- Como se eu fosse pagar. - Ela respondeu, usando a palheta, fingindo que estava tocando guitarra. Stefan saiu do quarto.

Remie demorou no banho, e achou que Lexi já teria saido do quarto.

Assim que desligou o chuveiro, vestiu todas as roupas que havia levado para o banheiro, mas ao olhar no espelho, não gostou da camiseta. Talvez seja melhor colocar minha camisa... mas ela deixa meu corpo mais marcado... ou talvez aquela camiseta vermelha... ou os dois juntos?

De qualquer maneira, tirou a camiseta. Escolheria depois. Olhou novamente para o espelho, e notou os músculos bem formados que tinha. Mas sua atenção era voltada ao seu rosto. Nunca gostara dele, sempre achara infantil demais. E pálido demais.

Destrancou a porta, e foi saindo.

Se deparou com Lexi, e logo ficou corado. Estava sem camisa, exibindo o que gostava de esconder com roupas largas.

- O-oi. - disse, indo em direção a sua mala, e procurando rapidamente uma outra camiseta para se esconder.

Lexi sorriu para Remie.
- Oi. - Ela continuou fazendo os movimentos imaginários. - Ei, uma dúvida. A água do chuveiro é quente ou fria?

Ainda não achava uma camisa ou camiseta que gostasse. Prefiriu calçar algum sapato primeiro. Por isso, abriu outra mala, e ficou encarando uns tantos pares de tênis. Não sabia qual deles usar.

- Depende de como você regular. - disse Remie, virando apenas seu rosto para ela. - Pode ser tanto quente quanto frio.

Ficou feliz ao notar que a garota encarava ele sem camisa naturalmente. Ficou aliviado, e voltou a encarar os tênis. Ainda não sabia qual usar.

Lexi começou a rir. Remie ão entendeu exatamente porque ela estava rindo.
- Eu sei... Eu sei ... Eu sei o que está pensando! Eu moro com um garoto a 5 anos, então se eu não fosse capaz de olhar para um cara sem camisa sem ter um ataque cardiáco, eu me sentiria ridícula.

Remie apenas sorriu e piscou para Lexi.
- Então me ajuda a escolher uma camiseta e um tênis? - perguntou, apontando para as malas. Estava sem idéias mesmo do que colocar. Por vezes, Remie era pior do que garotas para se trocar.

Lexi se levantou da cama num salto.
- Claro. - Ela se aproximou das malas. Após pouco tempo encarando elas, tirou um par de sapatos e uma camiseta. Eram tênis All Star e uma Camiseta preta com alguns desenhos brancos. - Pode achar estranho, mas eu acho que ficaria legal.

Ela acabou por voltar para a cama. Subiu nesta e ficou pulando como se fosse um pula-pula.
- E impressão, ou tem dificuldade para decidir o que vai vestir.

- Êhhh?! - disse, olhando estupefato para ela. - Tem certeza que não é melhor aquela camisa preta ali? - ainda estava perplexo. Depois, sorriu um pouco mais, de canto. - Ou quer que eu prove a camiseta e a camisa pra você julgar qual a melhor?

Remie então viu ela se afastar, indo pular na cama.

- Tenho mesmo dificuldade. - disse. - Olha, trouxe 3 malas gigantes só de roupa. - apontou.

Lexi continuou pulando.
- Eu não tenho problemas com isso. Eu só trouxe uma mala e a guitarra. Visto a primeira coisa que eu ver. - Ficou pensando por um momento. - Experimenta. Pelo menos eu vou ver um showzinho particular. - Ela disse,em tom de brincdeira

Remie sorriu.
- Você podia se arrumar mais. Eu não ligo de retribuir o favor, e receber um showzinho. - riu.

Remie então começou pela camiseta. Colocou-a rapidamente. Ela era preta, e embora tivesse vários detalhes, era bem básica. Ele se sentiu normal com ela, mas julgou que era bom. Até porque ela ficou larga -assim como ele gostava. Ficou um pouco com ela, para Lexi observar.

Depois, tirou esta camiseta, e colocou a camisa preta, embora demorasse mais para colocar por causa dos botões. Ela ficou igualmente boa, mas marcava mais seu corpo, e seus músculos. Remie logo notou que o seu corpo bem-feito estava fácil de notar por sobre a peça, e ficou um pouco envergonhado. Pensou que talvez fosse melhor usar outra roupa.

- O que achou? - perguntou para Lexi, ainda com a camisa. - Qual ficou melhor?

Lexi ficou pensando por um tempo.
- Essa que está agora ficou melhor. Você parece mais esquelético com aquelas camisas folgadonas.

Remie se sobressaltou.
- Essa não marca demais meu corpo? - perguntou, com os olhos arregalados.

Enquanto ela não respondia, começou a colocar as coisas que sairam de volta para a mala, e a arrumá-las. Se perguntava aonde Stefan havia ido.

Lexi sorriu.
- Por isso que fica legal. - Lexi se preparou para dar um mortal na cama. Mas assim que o fez, bateu a cabeça no teto e caiu sentada na cama. Ela ria demais, mas não podia negar que sua cabeça doia.

Remie corou, mas não disse nada. E mesmo se ele fosse falar algo, não daria tempo. Afinal, viu Lexi bater com a cabeça no teto, e não pôde deixar de imaginar como ela conseguiu tal proeza.
Aproximou-se rapidamente, e sentou-se ao lado da cama que ela estava.

- Como você fez isso? - perguntou, olhando para cima, e notando a grande distância entre onde estava e o teto.

Lexi riu mais ainda.
- Não pergunte, eu sei que tenho recorde de machucados. Eu já quebrei o braço direito três vezes, o esquerdo duas, a perna direita uma, a perna esquerda duas, já torci o pé direito oito vezes e o esquerdo sete. Meu pulso direito eu já quebrei uma vez. E eu já quebrei o meu dedo do meio uma vez. Eu era amiga de todos os enfermeiros do hospital. Todo mundo me conhecia.

Ela sentiu a cabeça doer mais e resolveu tirar as tranças. Quando tirou o grampo que prendia o cabelo, este deslizou pela cama. Se ficasse de pé, seu cabelo chegava ao seu joelho. Apesar de longo, ela extremamente liso e brilhante.

Remie apenas escutou, perplexo. Como alguém conseguia se machucar tantas vezes?

Antes que pudesse fazer algum comentário, novamente Lexi foi mais rápida. Viu ela tirar as tranças do cabelo, e realmente gostou do resultado.

- Você devia ficar assim mais vezes. - sorriu, mas depois voltou ao assunto anterior. - Tem certeza que não quer conhecer o enfermeiro daqui também? Deve ter doído... hum... bater com a cabeça ali no teto. - falou sem saber se usara as palavras certas.

- Não se preocupe, já melhorei. Acho que o pessoal do hospital já deve ter implantado uma placa de metal na minha cabeça para ver se eu me protejo mais. Quando eu era pequena, eu me pendurava no lustre da sala e descia as escadas de skate.- Ela riu ao se lembrar das cenas. - Assim como? Fala do cabelo? Nem pensar, eu deseto ele, é grande demais e dá trabalho de pentear, por isso eu deixo preso. E ele cresce rápido demais.



Stefanacabou por entrar. Entregou o refrigerante na mão de Lexi.

- Está aberto ... Você abriu à muto tempo? - Ela perguntou, olhando para a lata.

- Não Lexi.

- Stefan, é sério, sabe o que acontece quando eu bebo alguma coisa sem gás!

- Acha que eu sou louco? Abri agorinha. - Ela bebeu do refrigerante.