[Stefan ~ Remie]

Remie riu junto com ela, imaginando como devia ser.
- Não seria o caso de cortar? - sorriu para a garota.

Não demorou para notar Stefan entrando no quarto.
- Oi. - cumprimentou ele, acenando, ao longe.

Escutou eles conversando sobre o refrigerante sem gás. Escutou, sem entender muita coisa.

Lexi continuou bebêndo. Stefan percebeu a expressão incrédula de Remie.
- Ela fica bêbada com refrigerante sem gás.

- Você com certeza não vai querer me ver pulando pelas árvores como um primata e tentando tirar a roupa. - Ela disse, entre um gole e outro.

- Afinal, quando vai voltar para o seu quarto?

- Eu vou dormir aqui. - Ela disse normalmente. Stefan ficou boquiaberto.

- Por que?

- Detestei minha colega de quarto.

- Vá na recepção e peça para trocar de quarto.

- Eu não vou na recepção de novo.

- Por q... - Ele se calou ao perceber a respota de sua pergunta, enquanto Lexi encarava tristemente a latinha de refrigerante. - E onde eu vou dormir?

- Com ela. - Ela respondeu, já se recuperando.

- Ela não vou dormir no quarto de uma garota.

- ... Gay.

Remie se limitou a rir -demais- da situação. Limpou algumas lágrimas que acabaram por sair. Mas depois paralisou, tomando noção da realidade a sua frente. L-Lexi... vai dormir aqui?, pensava, totalmente sem reação. Não sabia se sentia medo, felicidade, excitação, ou qualquer coisa do tipo. Só estava... estático.

- Mas Lexi, e se pegarem você, ou seu irmão, nos dormitórios errados? - perguntou. Não sabia o que seria melhor fazer.

Lexi estufou o peito e bateu no próprio.
- Ai eu mato todo mundo porque eu mando nessa budega aqui!

- Sangue de favelado é osso.

- O único que tem sangue de favelado aqui é você.

- Mas eu não ajo como você. - Ele disse tirando a lata vazia das mãos dela.

- Hey Stef, lembra quando t chegou lá em casa e eu desci as escadas de skate e me pendurei no lustre? - Ela disse sorridente.

- Como eu vou me esquecer de uma maluca andandod e skate com roupas de hip hop e se pendura num lustre gritando "YEY" e um monte de empregadas mandando ela descer?

Remie riu sem graça. Não sabia o que falar naquela conversa entre irmãos.

- Ei, o que acham de irmos ao refeitório? - sugeriu. - Não estão com fome?

Lexi, Stefan e Remie chegaram ao quarto. Quase que imediatamente, Lei correu para a cama e se jogou nela.
- Pode sair dai.

- Por que eu faria isso? Eu disse que ia dormir aqui.

- E onde eu vou dormir? - Stefan perguntou colocando as mãos na cintura.

- No chão, é claro.

- Durma no chão você, o quarto é meu.

- Mas eu sou mais velha que você.

- Eu não me importo.

- Ah, você é chato demais. Remie, posso dormir na cama com você?

Remie estava chegando ao quarto, e sentando-se na cama, quando escuta Lexi falar com ele.

E ele começa a corar, corar demais. Imaginou diversas coisas na mesma hora. Não entendia como Lexi conseguia falar aquilo tão naturalmente. Ela... ela quer dormir COMIGO!? Na mesma cama que eu?! pensava, se limitando a não pensar perversões demais.

Olhou para ela, mas não conseguiu por muito tempo, já que sentia suas maças do rosto queimarem. Desviou o olhar.

- Lexi... você quer mesmo... dormir comigo? N-na mesma cama?! - Remie perguntou, ainda muito vermelho.

Stefan gargalhou alto com a reação de Remie. Lexi era desatenta demais para perceber essas coisas.
- Eu disse algo errado?

- Lexi, pensa antes de falar essas besteira. Revisa tuas frases.

- Qual foi? Eu disse pra dormir na mesma cama que ele, não trepar com ele. - Ela disse estranhando ainda mais a reação de Stefan, que gargalhava alto.

Remie só foi corando mais e mais e mais com aquela situação. Talvez eu deva pedir pro Stefan se eu posso dormir com ele... pensou. Mas ao tomar noção do que imaginara, ficou ainda mais envergonhado. Isso porque é o primeiro dia! repetia para si mesmo. Esperava que depois tudo ficasse mais calmo.

Remie então olhou para sua cama. Era de solteiro -e pequena. Devia caber no máximo uma pessoa ali. Se mais de uma fosse dormir nela, teriam que ficar mais juntos para poder caber. Ai meu Deus. Remie não sabia o que fazia.

Olhou então para Stefan, mas ele só ria da reação dele. Por que ela pede pra dormir comigo, e não com o irmão!?

- Stefan, tem certeza que não vai deixar a Lexi dormir na sua cama? - perguntou, tentando achar uma solução. - Se ela dormir sozinha na sua cama, ela ficará mais confortável. - dizia.

Foi lentamente deixando de ficar corado.

Stefan, ainda rindo um pouco, cruzou os braços.
- E eu durmo aonde?

- No chão, seu otário. Ou com a minha colega de quarto.

- Eu não vou dormir no quarto dela Lexi. E você vai apssar os próximos três anos dormindo aqui?

- Claro que não, seu abestado. Amanhã eu boto moral na patricinha. -Ela disse, se espreguiçado. - De qualquer forma, Oyasumi.

Lexi se enrlou no lençol e rapidamente adormeceu. Stefan ficou sentado na cadeira da mesa de estudos.

Remie olhou estupefato. Ela dormia rápido demais. Depois notou Stefan, sem lugar certo pra dormir.

- Stefan, quer dormir na minha cama? - disse, olhando diretamente pra ele. - Já que eu que fiz ela dormir na sua e você ficar sem lugar. - Ao notar a expressão do garoto, logo se corrigiu. - Eu não dormiria na cama também, lógico! - disse, negando com as mãos, que se mexiam rapidamente.

Stefan riu um pouco.
- Não precisa. Daqui a pouco eu levo ela pro quarto.

Remie também riu.

- Se ela acordar enquanto você estiver levando ela de volta... ela vai ficar brava.- sorriu pra ele. - Mas é uma solução.

Remie então, deitou-se na cama, e ficou olhando para o teto, a descansar.

Stefan sorriu, se levantando.
- Não tem perigo dela acordar. - Ele foi até a cama e tirou ela com um pouco de esforço. Inconsientemente, ela passou os braços pelo pescoço dele. - Eu volto já.

Stefan teve u pouco de dificuldade para abrir a porta com ela nos braços mas acabou por deixá-la aberta.

- Boa sorte! - Remie gritou um pouco, para Stefan.

Quando o garoto saiu, começou a trocar sua roupa, por uma mais confortável, de dormir.

Deitou novamente. Começou a refletir sobre seu dia, sem nada melhor pra fazer -esquecendo-se, também, da porta aberta.

Stefan voltou para o quarto e viu Remie deitado na cama, com roupas diferentes.

- Voltei. - Ele disse entrando e abrindo a mala, para pegar alguma roupa melhor. Quando finalmente encontrou se trocou rapidamente. - Desculpa pela confusão de antes. A Lexi tem medo de fazer qualquer coisa sozinha.

Remie cumprimentou ele, e depois começou a fitá-lo.

- Hum... como assim, medo de fazer algo sozinha? - perguntou Remie, sem entender muita coisa. - Tem algum motivo? - estava curioso.

Stefan olhou estranho para Remie. Não achou que ele fosse ficar curioso sobre isso.

- Quando a Lexi tinha 10 anos, a mãe dela ficou com câncer e começou a ser tratada em casa. Todo dia a Lexi ia acordar a mãe, achando que ela etsava gripada. E um dia, a mãe dela não acordou. Por isso ela tem medo quando uma pessoa nãoa corda quando ela chama. Ela ficava sozinha em casa, sem ver ninguém. Só seis meses depois quee u me mudei pra lá. Por isso ela tem medo de ficar sozinha.

Remie ficou apenas boquiaberto, sem saber exatamente o que falar. Só depois de um demorado instante, conseguiu falar algo.

- Deve ser complicado pra ela. - disse, olhando para baixo.

Talvez seja melhor eu não deixá-la sozinha, então., pensou consigo mesmo.

Stefan assentiu para Remie. Acabou por se deitar na cama, com muito sono.

Remie ficou vendo Stefan se deitar, e prestes a dormir. Resolveu fazer o mesmo. Pegou seu cobertor, virou para o lado, e foi dormir.

Stefan acordou automaticamente, quando já era 6:30. Olhou para o colega de quarto, que dormia profundamente. Se levantou e tirou uma muda de roupas da mala, indo tomar um banho.

Quando saiu, Remie ainda estava dormindo. Um alarme bastante alto foi tocado e este despertou num pulo, fazendo Stefan rir da cena.

Remie, ao escutar o barulho do sinal, acordou parecendo em desespero. Ao notar a reação de Stefan, corou um pouco, colocando uma das mãos atrás da cabeça.

- Bom dia... - disse.

Levantou-se da cama, e abriu sua mala. Ficou olhando pra ela, desolado. Era mesmo inútil para escolher roupas.

Stefan retribuiu o bom dia para Remie.
- Eu me trocaria logo se fosse você. Se não me engano, esse toque é parecido com aquele para a gente jantar. Não vai sobrar nada de comida.

Ele disse indo calçar um tênis.

Remie então sorriu, enquanto via o garoto amarrar o tênis.

- Então me ajuda a escolher algo? - perguntou. - Eu sei que soa estranho, mas não sei ser rápido.