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 O Castelo Andante *Prólogo e Capitulo1 - 20/08*

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MensagemAssunto: O Castelo Andante *Prólogo e Capitulo1 - 20/08*   O Castelo Andante *Prólogo e Capitulo1 - 20/08* EmptyQui Ago 19, 2010 11:57 pm

Ohayou Minna! O Castelo Andante *Prólogo e Capitulo1 - 20/08* 695278

Tal como disse na minha apresentação, adoro escrever fics e esta é baseada num filme, e no seu livro, mas com as personagens de Shugo Chara e outras duas são invenção minha e da minha prima. A minha "marca" nas fanfics é atribuir uma cor a cada personagem para as suas falas, para dispensar o "disse ela" ou o "L:" que se tornam demasiado repetitivos, mas se preferirem que coloque sem cores digam que assim o farei.
Espero que gostem e espero pelos vossos comentários!


Prólogo
Luchia é uma jovem de 18 anos que passa os dias a fazer chapéus na chapelaria que herdou da família e que um dia cruza no caminho de um belo estranho que havia de causar uma volta de 180 graus na sua, até agora tediosa, vida. Subitamente vê-se no corpo de uma mulher idosa e é obrigada a fugir de sua casa graças á sua nova aparência. Durante a sua viagem até as Terras do Nada em busca de uma solução para o seu problema acaba por entrar num enorme monstro metálico que rapidamente reconhece como sendo o Castelo do Mago mais temido dos arredores por ter fama de devorar corações. Num Mundo onde os Magos, Bruxas, Fadas e Demónios são mais do que comuns e a Magia flui como o vento será que ela irá conseguir voltar à sua verdadeira idade ou terá o seu coração devorado pelo temível Mago?


Cap.1 – Um Belo Desconhecido

O comboio passava na rua deixando o rasto de um fumo negro á sua passagem. No interior de um pequeno quarto, no piso superior da chapelaria da cidade, uma jovem decorava chapéus. Os seus cabelos cor de mel estavam atados, com duas fitas vermelhas, numa trança que chegava à sua cintura. Usava um vestido verde-água e um avental, quase cinza do uso diário, estava atado à sua cintura. Sentada na sua cadeira alta a jovem trabalhava na mesa repleta de flores e frutos de cera, penas, contas, fitas e duas pequenas torres de chapéus, que ainda estavam por decorar, de uma maneira tão embrenhada que nem percebeu as batidas na porta, que já estava aberta.

- Luchia?

- Sim? *desviando a sua atenção do chapéu que estava a decorar*

Uma mulher, com os seus já 30 anos, estava na entrada do quarto sorrindo. Atrás dela outras três jovens aprontavam-se.

- Nós vamos ao desfile no centro da cidade. Queres vir connosco?

- Não, obrigada. *sorrindo* - Eu tenho que acabar isto. *fazendo sinal para o chapéu que ainda tinha nas mãos*

- Tens a certeza?

- Sim. Vão vocês e divirtam-se.

- Muito bem. Bom trabalho então. *saindo*

- Obrigada. *voltando a sua atenção para o chapéu*

A mulher juntou-se às três jovens e quando se preparavam para sair algo num monte afastado da cidade chamou as suas atenções.

- Olhem! É o Castelo do Ikuto! *Luchia ouviu uma rapariga gritar*

Luchia olhou pela porta a tempo de ver a rapariga correr para a janela seguida das outras duas. Olhou também pela janela do seu quarto a tempo de ver o que as havia cativado. Não sabia bem o que era aquilo mas parecia-lhe mais um monstro do que um castelo.

- Eu nunca o vi de tão perto! *disse, entusiasmada, uma das jovens na sala*

Ainda tentava perceber no que aquilo se parecia um castelo quando ele desapareceu por entre o nevoeiro.

- Oh… Desapareceu… *ouviu lamentar*

- Meninas não se lamentem dessa maneira! Vocês não sabem a fama que o Mago ao qual aquele castelo pertence tem? Ou pretendem ser as próximas vítimas dele? *disse a mulher reprovadoramente*

- Não! *disseram as três jovens em uníssono*

- Óptimo! Vamos.

As quatro já haviam saído mas Luchia permanecia a olhar para onde o “Castelo” havia desaparecido. Toda a gente sabia da fama desse Mago. Chamavam-no devorador de corações e os pais mantinham as filhas debaixo de olho quando o Castelo está pelas redondezas pois ele, diziam, tinha preferência pelos corações de raparigas jovens e belas.

- Bem, mesmo que algum dia o encontre estou segura. Posso ser jovem mas de bonita nada tenho quanto mais de bela. *murmurou para si mesmo voltando a decorar o chapéu*

Quando acabou de decorar o chapéu, colocou-o num dos suportes de madeira, em forma de cabeça, que estava no canto da mesa junto à parede. Espreguiçou-se para esticar o corpo que já se encontrava rígido de tantas horas na mesma posição e ergueu-se sacudindo o avental. Tinha decidido ir visitar a sua irmã, um ano mais nova, ao café onde ela trabalha pois já há algum tempo que não a via. Fechou a porta do seu quarto e abriu a do seu armário, que era atrás, para retirar de lá o seu chapéu e colocar o avental. Saiu do quarto colocando o chapéu, de palha decorado com uma fita vermelha, como as que usava no cabelo, e três contas da mesma cor, na cabeça. Saiu da loja trancando a porta atrás de si. Correu para apanhar o veículo público a carvão que pararia algumas ruas antes do café onde a sua irmã trabalhava. Afastou-se das ruas principais para escapar as multidões que se encontravam que se encontravam a festejar, se é que tal coisa mereça ser festejada, a ida da tropa para a guerra que Kingsbury ia travar com o país vizinho. Não se sentia bem no meio de multidões nem de confusões pelo que não se importou de seguir caminho pelos becos escuros e imundos. Seguia o seu caminho calmamente quando, subitamente, dois homens apareceram à sua frente vindos de um outro beco que cruzava com aquele onde estava. Olhou para eles surpreendida. Usavam uma farda de casaco azul com botões dourados e a gola e as ombreiras vermelhas como as calças. Nas suas cabeças estavam bonés azuis com faixas vermelhas e nas suas costas grandes mochilas acastanhadas. Eram militares.

- Olha, um ratinho perdido. *disse o de aspecto mais novo*

Luchia olhou para ele, receosa. O curto cabelo castanho-claro saia pelo seu chapéu e os seus olhos acastanhados acompanhavam o seu sorriso malicioso.

- Eu não estou perdida.

- Então porque é que não estás no desfile como toda a gente??

- Eu…

- Talvez não tenha companhia. *disse o outro para o mais jovem*

Esse soldado parecia mais velho que o outro e o seu cabelo e olhos eram castanhos escuros tal como o farfalhudo bigode.

- Nesse caso… *olhando para o companheiro* - Talvez te possamos fazer companhia. *olhando para ela*

- Não, obrigada. Tenho a minha irmã à espera.

Deu um passo em frente mas foi novamente interrompida por eles.

- Deixem-me passar! *olhando para eles determinada*

- Ahaha. *rindo-se* - O teu bigode assustou-a. *olhando para o companheiro*

- E depois? *encolhendo os ombros e olhando para ele* - Assim assustada é mais gira. *sorrindo para ela*

Luchia olhou-o com certa repugnância e preparava-se para lhe responder quando algo a interrompeu.

- Então estás aqui querida. Procurei-te por toda a parte. *ouviu atrás de si*

Não teve sequer tempo de se virar para ver de quem era a voz quando alguém se colocou ao lado dela rodeando-lhe os ombros com o braço. Sentiu o corpo enrijecer de espanto. A sua mente rodopiava tentando perceber o porquê de ter tanto azar para cair naquela situação.

- Algo me diz que está a mais! *o soldado mais jovem disse olhando para o desconhecido ameaçadoramente*

- A sério? *em tom de gozo não se deixando intimidar* - É que a mim parece-me que vocês é que estão a mais.

Movimentou a mão que tinha sobre o ombro dela e os soldados puseram-se em marcha para longe deles como marionetes. Luchia olhava para eles espantada.

- Não lhes ligues. *chamando a atenção dela que virou o rosto para olhar para ele* - Eles não fazem por mal. *sorrindo-lhe*

Sentiu-se ruborizar. O estranho era lindíssimo. Alto e de porte atlético, usava roupas que de pobres nada tinham. A camisa brilhava de brancura em contraste com as calças pretas e com o pingente azul em forma de gota que pendia no seu peito. Um casaco comprido vermelho pálido e cinza escura nas costas com losangos também cinzas na parte da frente, detalhes dourados nas costuras e nas bordas das mangas estava sobre os seus ombros. Mas apesar do luxo das suas roupas o seu rosto ofuscava-as totalmente. O seu cabelo era loiro até ao queixo, escondendo os pingentes verdes em forma de gota que estavam nas suas orelhas, e os seus olhos eram azuis-marinhos criando um belo contraste no seu rosto jovem.

- Onde vais? Eu faço-te companhia, se o permitires é claro. *sorrindo-lhe*

- Eu… Eu vou só ao Café Cesari. *olhando para ele ainda ruborizada*

- Não te assustes. Mas estão seguir-me. *murmurou aproximando-se dela* - Disfarça. *colocando a mão dela no seu braço*

Começaram a caminhar calmamente pelo beco e subitamente uns seres estranhos começaram a sair pelas paredes atrás deles. Tinham uma forma ligeiramente humana mas pareciam ser feitos de um peganhento lodo negro. Luchia e o desconhecido continuaram a caminhar calmamente, embora ela se agarrasse fortemente ao braço dele com medo de tais seres nojentos que começaram também a aparecer à frente deles fazendo-a agarrar-se ainda com mais força.

- Desculpa. Envolvi-te sem querer. *sem deixar de sorrir*

Aceleraram ligeiramente o passo e viraram para outro beco sendo seguidos pelos seres que, nesse momento, eram dezenas. Quando faltavam pouco metros para sair do beco vários seres apareceram à frente deles, barrando-lhes o caminho. Continuaram a caminhar em direcção a eles sendo seguidos pelos restantes. Quando viu que estavam praticamente esmagados pelos seres e viu que o desconhecido continuava a sorrir, Luchia pensou que era o fim.

- Agora!

O desconhecido agarrou-lhe a mão e com a sua outra rodeou-lhe a cintura saltando depois, fazendo os seres negros chocarem uns contra os outros. Quando Luchia deu por si estava a flutuar sobre os telhados da cidade. Sentiu o seu coração acelerar de medo ao ver a altura em que se encontrava.

- Estica as pernas e começa a andar!

Luchia olhou para ele espantada mas atendeu às suas palavras começando a caminhar, flutuando, pela cidade. O desconhecido havia tirado a mão da cintura dela e agarrava-lhe ambas as mãos ao nível da cabeça.

- Isso! Não tenhas medo, não deixarei que caias.

Embora não o conhece-se, ela sentiu-se mais calma e segura com as palavras dele deixando-se flutuar sobre a cidade que estava em festa. Olhou para baixo e viu as pessoas a dançar e festejar alegremente. Milhares de bandeiras amarelas com riscas rosadas, a bandeira de Kingsbury, decoravam os edifícios e no meio da multidão podia-se ver vários tropas festejando.

- Muito bem. *elogiou, sorrindo-lhe*

Luchia enrubesceu levemente e correspondeu ao sorriso dele. Nesse momento reparou que os olhos dele apesar de serem azuis como o céu nocturno tinham ligeiros brilhos da cor dos lilases, flores essas que também estavam no seu perfume. Quando voltou a olhar para baixo viu que já estavam na rua do Café onde a sua irmã trabalhava. Chegaram à varanda superior do Café, onde se encontravam o escritório e sala de descanso dos funcionários, e o desconhecido a fez dar uma pirueta no ar, virando-a de frente para si. Luchia sentiu os seus pés pousarem levemente no chão enquanto o desconhecido pousou no balaústre.

- Eu vou tentar afastá-los. Espera um pouco antes de saíres daqui para que não tenhas problemas. *sorrindo-lhe e ainda agarrando a mão dela*

- Sim. *retribuindo-lhe o sorriso*

O sorriso do desconhecido tornou-se doce enquanto os seus dedos deslizaram dos dela separando-o as mãos.

- Linda menina. *continuando a sorrir-lhe docemente*

O desconhecido abriu os braços e saltou deixando-se cair. Luchia surpreendeu-se e correu a encostar-se no balaústre para ver onde ele tinha caído mas não o encontrava no meio da multidão que festejava lá em baixo. Afastou-se do balaústre e levou a mão ao peito sentindo o coração acelerado por tudo aquilo que se tinha passado. Aquele homem era um Mago e ela bem o sabia mas apesar disso não havia tido medo dele… Pelo contrário tinha-se sentido segura junto dele…

“Que ideia tola! Se contasse a alguém que me senti segura junto de um Mago consideravam-me doida!”

Suspirou e abriu a porta de vidro emoldurado em madeira entrando no edifício encontrando uma rapariga usando um vestido rosa e um avental branco e com o rosto maquilhado e cabelo acastanhado arranjado com uma fita branca com detalhes rosa a decorá-lo. Luchia perguntou-se se ela a havia visto chegar.

- Ah… Olá. Será que conheces a minha irmã Lettie?

- Olá. Sim, conheço. Queres que vá chamá-la? *sorrindo-lhe*

- Sim, agradecia. *retribuindo o sorriso*

- Espera um pouco aqui então. *descendo umas escadas de madeira*

Luchia suspirou. A rapariga parecia não a ter visto chegar o que era um alívio.

As imagens do que lhe havia acontecido corriam na sua mente como um sonho e ela olhou pela janela perguntando-se se não haveria sido isso mesmo.

Minutos depois, passos apresados foram ouvidos a subir a escada e Lettie apareceu vinda delas.

- Luchia! *ao vê-la* - Tu estás bem? *já junto dela* - Disseram-me que vieste a flutuar!

“Afinal ela viu…e…”Afinal não foi um sonho… *murmurou “pensando” alto*

- Tu tens que me contar essa história! Anda! *puxando-a*

Foram ambas até ao armazém onde se sentaram em caixas de madeira. Lettie sacudiu o seu avental branco e ajeitou a vestido rosa e o cabelo loiro que estava amarrado num cuidado coque. Os seus olhos eram azuis tal como a sombra que maquilhava as suas pálpebras. Sem duvida que era a irmã mais bonita.

Luchia contou-lhe a situação na qual se havia metido sem que a irmã a interrompe-se.

- E foi isto…

- Então dizes que ele era um Mago? *surpreendida e receosa*

Luchia percebia o porque da sua preocupação. Os Magos e Bruxas não são pessoas de muito boa fama.

- Sim… Mas ele foi muito gentil comigo… Ele ajudou-me Lettie. *sonhadoramente*

- Não me digas que ele já te roubou o coração!

Luchia olhou para ela.

- Olha que tiveste muita sorte! Se fosse o Ikuto tinha-to comido!

- Não tinha nada. *desviando o olhar dela* - Ele só faz isso a raparigas bonitas.

- Que conversa… *revirando os olhos, desaprovando a pouco auto-estima da irmã* - Tu tens que ter cuidado! Estes tempos são muito perigosos! Até a Bruxa do Nada voltou à caça! *preocupada* - Maninha? *vendo o rosto sonhador de Luchia *

- Hum? *despertando e olhando para ela*

Lettie suspirou resignada. O barulho de vozes havia aumentado no Café e uma das colegas de Lettie tinha ido chamá-la pois precisavam dela. Saíram do armazém e foram até à entrada traseira, por onde entravam os fornecedores.

- Luchia, até quando vais continuar naquela loja de chapéus? *já na rua*

- A loja era importante para o nosso pai e eu não me importo de lá estar. *sorrindo-lhe*

- Mas é isso que queres fazer? Por favor não te estejas a contentar com algo só porque sim! *tentando colocar juízo na cabeça dela*

- Está bem. Eu tenho de ir. Virei te visitar noutro dia! *começando a afastar-se e acenando para a irmã que retribui*

Voltou para a chapelaria, desta vez pelas ruas principais sem se preocupar com a multidão, e durante o caminho olhou várias vezes à sua volta umas vezes procurando pelos soldados com quem se havia encontrado mais cedo, outras por aqueles seres nojentos que a haviam seguido e outras pelo Mago que a havia ajudado.

Quando chegou à loja já a noite caia. Abriu a porta e entrou trancando-a atrás de si. Pouco se via graças ao avançado pôr-do-sol pelo que ela foi até ao balcão e acendeu uma vela iluminando a loja. Estava de costas para a porta quando ouviu o sino, que avisa a sua abertura, tocar. Imediatamente virou-se e viu uma bela mulher completamente vestida de negro entrar. Um arrepio percorreu-lhe a espinha e começou a sentir um mau agoiro.
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