As cores do Arco-Íris

Era o dia do aniversário de Marcell e todas as personagens estavam presentes, incluindo a narradora.

As luzes da casa estavam todas com efeitos, como numa discoteca. Marcell não párava de abrir a porta e dar as boas-vindas até que se cansou e teve uma ideia que lhe iria poupar bastante esforço vocal.

Enquanto isso, kagome_chan corria para apanhar o autocarro, não percebendo o porquê de ter aceite o convite.

"É por uma boa causa", reflectiu. "É bom dar-lhes uma folga de vez em quando!"

Quando chegou, Kagome tocou à campaina e qual não foi o seu espanto
quando um objecto-não-identificado foi cair mesmo em cima de si. Ela
agarrou naquilo que tinha caído por cima dela e não conteve o riso. Era
um boneco insuflável com uma fotografia de Marcell e um cartaz que
dizia:

"Seja bem-vindo ao meu aniversário. Divirta-se. Qualquer coisa, ligue 008832147... Temos serviço de quartos, só para raparigas!"

- Ai, este desgraçado... Espera aí que ele já vai ver... O que é que ele pensa que está a fazer?!

Kagome passou pelo meio da multidão com o boneco no braço, mas acabou por chocar com Ângela, que lhe sorriu:

- Kagome_chan, minha querida! Nem sabe como estou contente em
participar no seu proj... Oh, mas aquela não é a Mariah Carey? Tenho de
ir falar com ela, nos Movie Awards ela usou um vestido lindérrimo. Ah, mas eu não sei falar inglês... Kagome-chi, por favor...

- Está bem. - sussurrou Kagome. - Mas só porque é um dia especial,
ouviste? Depois disto tens de te esforçar, e não te baldares mais aos
ensaios.

- Ok, ok... Eu juro, eu prometo...!

E então Kagome fechou os olhos e pegou numa caneta e acabou por escrever que Ângela era uma expert em línguas.

E logo nesse momento, Ângela já era capaz de distinguir o verbo "to be" do "to have", entre outros.

Kagome continuou o seu caminho, até que o avistou sentado a falar com uns amigos e a beber cerveja.

- Marcell!

Silêncio. Ninguém respondia.

- Marcell!

Ele ouvira. Aliás, como não podia? Ele conseguiria ouvir essa voz onde quer que fosse e compreender a sua portadora até melhor que a si mesmo. Afinal de contas, todos os seus pensamentos vinham da imaginação de kagome, sendo que era assim que ela lhes transmitia os seus gostos e opiniões. E Marcell não gostava disso. Sabia que ela não tinha culpa nenhuma, mas não conseguia evitar culpá-la. Porque, se ela não o tivesse inventado, provavelmente a essa hora seria um humano normal que estava na discoteca a beber uns copos.

Se o autor estiver em baixo, a fanfic poderá nunca ser terminada e as
personagens ficarem em stand-by e se a imaginação dele for muito alta,
ninguém poderá ficar sossegada um minuto.

E o pior eram aqueles escritores que tornavam as suas personagens em padres ou homossexuais, ou matam-nas para criar suspense.

- Marcell... Olha que...

- Eu já cá estou, diz lá!

- Que raio de cartaz é este? Quero decência, amanhã têm de estar bem e em forma para o novo capítulo!

- Mas nesse capítulo até a Mimi aparece mais que eu...

- Não interessa. Não te esqueças que tal como te cedi alguns direitos de decisão, também tos posso tirar.

- Oh pah! - exclamou Marcell. - Tu és mesmo má!

- Temos pena!

Marcell acabou por guardar o boneco mas, assim que Kagome saiu, ele repôs o cartaz.

- Ora, ora! - cumprimentou-os Sephora. - Que fazem? A contratarem Deusas da Noite sem a Kagome saber? Querem mesmo morrer queimados. --" Ou afogados, ou atropelados...

- Já percebemos - respondeu Gonçalo, um amigo de Marcell.

Mas Marcell não lhe ligou e deu-lhe um grande beijo. - Sempre quis fazer isto!

- Is... Isso é incesto! I-N-C-E-S-T-O!!

- Diz lá que não tiveste vontade? Além disso, só somos irmãos na história, não na vida real.

- Não percebes? Esta é a vida real, nos nunca poderemos ser pessoas, somos só o fruto da imaginação de cada leitor.

- Aí... Lembras-te? Participei numa fic de um gajo mesmo antipático que me descreveu como sendo feio; tímido e cobarde!! O que eu nunca fui nada; por acaso!

- Menos a parte do "feio" - retorquiu Marisa, que vinha a rir-se pelo caminho!

- Falas isso tu que apanhas sempre com o melhor: elegância, beleza, inteligência...

- Vai-te queixar à Kagome, ora m'este!

- Ora, ela fez-me igual a si: rude, feio e desastrado.

- Que mau! - exclamou Sephora.

- Mas ao menos ela tem inteligência! - retorquiu Marisa. - Acho que ela se esqueceu de te implantar um cérebro... mesmo que não te servisse para nada, ao menos enfeitava a cabecinha T_T

- Ah, e sabes, sua loirinha burra, que o meu cérebro funciona optimamente bem, como o do Einstein.

- O Einstein chumbou a matemática e tu também... - reflectiu Sephora - Sim, acho que são mesmo parecidos.

- Sephora, és minha irmã... Ajuda-me!

- Ah! Agora já sou tua irmã?

- Sim... A não ser que queiras outro beijo!? *-*

- Não, obrigada. Já tive a minha dose.

Enquanto isso Kagome falava com Serena, a prof. de inglês da sua história, enquanto balançava Mimi no seu colo.

- ... Então, é por isso que eu acho que esta disciplina poderia ser + preenchida com aulas de inglês, assim era muito mais pedagógico.

- Pois mas, como deve saber, a minha fic tem em vista entreter os leitores e não aborrecê-los! T_T

- Ai... - a prof. levantou-se - nunca fui tão humilhada na minha vida!

- Adeus e... obrigada! Goodbye and thank you, if you're listening me! --"

"Calha-me cada um" - pensou Kagome. - "é melhor ir para outro sítio, odeio ser o centro das atenções."

Contudo antes que pudesse desaparecer uma mão pegou-lhe no cotovelo.

- R...Rodrigo! Tudo bem contigo?

- Sim, mais ou menos.

- Então mas não gostas da tua personagem?

- Não condiz bem comigo... Eu odeio publicidade.

- Ah! Estou admirada... Tu és das únicas pessoas que vem a horas e as que têm apresentado um enorme desempenho.

- Eu esforço-me para que todo o meu trabalho seja perfeito, mesmo nos papéis em que faço de "mau da fita". Já sabes como é que eu irei acabar?

- Ah, não sei... Não faço mesmo a mínima, sinceramente.

- Eu pensei assim numa morte rápida e ao mesmo tempo trágica, estás a ver? Como um afogamento ou uma queda de avião!?

- Eu ainda não sei de nada, Rodrigo. - assegurou-lhe Kagome, que não gostava muito de ser pressionada. Quando isso acontecia, o seu trabalho saía sempre ao contrário. - Mas prometo que assim que souber e for definitivo, vais ser o primeiro a saber. ^^

- Obrigada.

E a noite passou-se assim. Kagome_chan foi-se embora pouco depois das 22h pois não queria imiscuir-se na festa mais do que o necessário. Mal ela sabia que tinha sido um erro gigante pois Marcell, no minuto em que ela saíra, acabara por dar uma de dançarino e tentara fazer alguns movimentos de hip-hop. Conclusão: uma perna magoada e duas costelas fracturadas. Kagome ia ficar mesmo chateada...

Am I wrong?

Quando Sephora voltou à escola, perguntou por Marisa, mas ninguém lhe respondeu. Pelo contrário, riam-se dela e diziam:
- Então, hoje não trazes o teu ursinho?
- Sim, sim... E como é que ele se chamava...? Teddy! Ahahahah!
Sephora congelou. Não quis saber do que é que eles estavam a falar mas tinha uma ideia. Que, por acaso, esperava que não estivesse certa.
Mas claro que estava. Descobriu-o logo que parou e olhou para trás, para o quadro de avisos. Estava lá uma foto sua, recente, a dormir com o peluche que o avô dele lhe tinha dado em pequena. E a única pessoa que sabia disso, salvo o Marcell, era a Marisa. Se assim fosse, ela não a iria perdoar. Além disso, ela lembrava-se bem que no dia em que a foto tinha desaparecido ela estava com Marisa... Estava num pânico total à procura dela e Marisa estava a ajudá-la... Devia ter-lhe dado tanto gozo, procurar mesmo sabendo onde a foto estaria...
Correu para a biblioteca, segura de que a iria encontrar e, de facto, encontrou. Ela estava lá a fazer os tpcs e Sephora não pensou – apenas agiu.
Foi até ela e, puxando-lhe os cabelos, levantou-a. – Porquê, Marisa? Porque é que me fizeste isso? Eu não te fiz nada, rigorosamente nada!
- Não me fizeste nada? Então olha para ti agora.. Além do mais, e eu... Eu fiz-te por acaso alguma coisa para merecer isto?
- Ah não fizeste? Vê por ti mesma! Negas isto? – Sephora entregou-lhe a foto que arrancara da parede. – Negas?
- Claro que sim, que foto é esta?
- A foto que tinha desaparecido do meu quarto, aquela que andámos loucas à procura.. e que por coincidência dos Deuses foi parar aqui, para toda a gente a ver!
- Estás a sugerir que eu te tirei a foto? Que eu a afixei? – Marisa deu um passo em frente. – Esperava mais de ti, Seph. Porque eu não te fiz nada, nunca na vida foi minha intenção lixar-te e sempre te disse o quanto te adoro.. E agora aqui estás tu a duvidar disso! Achas mesmo que fui eu, Seph? Mesmo?
- Bem... – Sephora hesitou. – Claro que sim, só tu é que sabes isso!
- Mas...
Sephora não quis saber de mais nada e saiu porta fora, dizendo:
- Eu não acredito em ti, Marisa. Não acredito mesmo... Odeio-te! Odeio-te, Marisa!
Marisa afundou-se na cadeira. Como é que Sephora não acreditava nela? Ela pensava que a amizade entre elas nunca iria acabar, que ela nunca a iria acusar de coisa alguma... Mas a confiança esfumara-se e, então, Marisa começou a chorar.
Sephora correu para casa em passos decididos. Estava obstinada em não deixar transparecer o mal que lhe vinha na alma. Só desabafou com Tânia, por telefone, e esta disse-lhe para ter calma porque Marisa podia estar a dizer a verdade e para ela pensar bem antes de perder uma amiga.
- Já cheguei! Está alguém em casa?
- Mana! – gritou uma voz infantil. – A tia está cá, a tia está cá! Ela trouxe prendas para nós!
Mimi saltou para o colo de Sephora e exigiu ser assim transportada até à sala de visitas. Mimi era uma criança de quatro anos, muito bem-humorada e feliz. Todos a adoravam e ela gostava de chamar a atenção.
Sephora pousou-a no chão e começou a arranjar-lhe os totós do cabelo, quando ouviu um ruído à porta.
- Sephora!
- Tia Dulce! Que saudades! – Sephora sorriu e abraçou a tia que não via há algum tempo.
- Estás tão crescida! *-*
E assim continuaram a conversar, até que o pai de Sephora chegou a casa.
- Rodrigo! Há tanto tempo!
- Dulce, como estás? – cumprimentou-a. – Já tinha saudades de te ver, tens de aparecer mais vezes.
Dulce era a irmã mais velha de Rodrigo e tinha sido também a sua maior confidente na adolescência. Era também das únicas pessoas em quem
confiava e a única pessoa que ele ouviria com atenção.
Dulce era bondosa, simpática e inteligente. Ao contrário de Rodrigo, nunca casaria e nem sonhava em constituir família.
- Isto está complicado, o meu gabinete de psicologia está quase sempre cheio e se eu me ausentar levo na cabeça o dia inteiro. E então, Sephora, como vão as aulas?
- Vão... mais ou menos.
- Mais ou menos? O que queres dizer com isso?
- Nada. – mentiu. – É só que parece que nunca mais acabam, mas as médias são boas.
- Ah, está bem. E essa pequenota, está a gostar do infantário... como se chama... Ah, o “Cor-de-Laranja”?
Mimi pulou de alegria por as atenções se terem virado para ela. – Sim, estou. São todos muito simpáticos, titia! E há três meninos que querem namorar comigo mas eu “dei-lhes com os pés”.
- Ah, sim? E como?
- Para acabar com um, beijei outro e ele já não quis saber mais de mim. Para acabar com o segundo, cuspi-lhe em cima e desarrumei-lhe os brinquedos e com o terceiro não sei mais o que fazer: já lhe deitei água,
desarrumei os brinquedos, cuspi-lhe, beijei outros, bati-lhe... mas ele não se zanga, não me larga! E o pior é que...
- O quê?
- Eu também gosto dele!
Sephora franziu o sobrolho perante o dilema da irmã mais nova. Quando crescesse, iria ser totalmente diferente dela, que nem sequer agora conseguia arranjar namorado.
- E porque é que queres acabar com ele?
- Porque... Porque ele cheira mal dos pés!
- Ui, como é que sabes? – perguntou a tia. – Ele tirou as meias?
- Não...
- Então?
- Eu não sei, só o pressinto!
- Mimi... _ _#
E assim continuaram a conversar, até Dulce se despedir. Depois disso, houve um silêncio na sala, até que Rodrigou o interrompeu:
- E então, o que acham de irmos jantar fora?
- Óptima ideia. – disseram o Marcell e a mãe ao mesmo tempo. Sephora é que não estava muito afim disso, mas aceitou.

Sara acabei de ver a tua mensagem neste exacto momento, penso que o
texto atras esta bem explicito, e se o perceberes estamos a falar de ti
e de mim. Eu sou assim e nao tenho por habito de passar informaçoes em
relaçao as amizades.

raquel com tantas coisas eu esquecime de te dixer td o ke keria dixer.
nunca
nos dixeste ou pelo menos deste entender que querias amigas para as
ocasioes e nao melhores amigas. no inicio do nono ano fomos nos ke te
puxamos e que te integrámos na turma e te ajudamos em tudo o ke
precisaste, nessa altura, nunca dixeste akilo ke me dixeste no
comentario, portanto das duas uma: sempre pensaste isso e nunca nos
kiseste dixer (nao axo, mas prontos)ou entao ixo e so uma desculpa. e
antes dixo, andavas so connosco e o ke eu dixe de "estar soxinha nos
cantos" aplicase a essa situaçao, porque so andas com akeles ke andas
por nao teres mais com km andar e axo ke tu sabes bm dixo.
tenho
muita pena, mas mesmo MUITA pena que nao tenhas me dito a cara-a cara o
ke dixeste nas mensagens. era ixo ke devias ter feito knd aconteceu
akilo. eu falei cntg no msn e depois axei ke tava td bm, mas pelos
vistos nao estava. tmb tenho pena que andes a evitar-nos. se dixes ser
o mais correcta possivel, entao tmb axo ke devias te-lo dito cara a
cara.
cosidera essa hipotese. knd pensares bm dix me a resposta.
um beijo.

Raquel, é assim eu nunca disse nada a ninguem sobre ti e se nao
acreditas o problema é teu. É graças a MIM que ela "aguentou se" este
tempo todo. Além disso, se ha alguem que provocou isto indirectamente
foi outra pessoa. n queres acreditar n queiras. acabou.

Já te disse o que tinha a dizer no comentario que te deixei. O que te
quero dizer agora é que há algumas pessoas que tu julgas mais amigas
tuas que eu, e que estao num lugar no top mais acima que sao "falsas"
de mais para ti. Um dia perceberás. Não sou eu que falo uma coisa atrás
e faço outra coisa à frente. Interpreta como quiseres.
Peço-te que nao contes isto a ninguém, é um aviso. Mas a escolha é tua. Se quiseres faz-o.
Para ti, já estou praticamente perdida....

Enquanto caminhava pelos corredores da escola, Sephora via acontecer aquilo que já tinha acontecido há semanas atrás. Todos se voltavam para ela e riam-se na cara dela. Sephora correu de novo para o quadro de avisos, para ver o que Marisa tinha aprontado contra ela dessa vez. E não gostou do que viu lá. Era intrigante.

Já falei que por falta de criatividade coloquei o nome da Sephora num char no rag meu? asjakspaoksapoksaks

Trrim. Triim.
Era a campainha. Sephora levantou-se apressadamente e vestiu um roupão. Sinceramente, quem se lembraria de tocar para casa de alguém àquelas horas?
Foi descalça até lá e abriu-a devagarinho. Tinha sido o estúpido do Marcell que fora beber uns copos e, pelo caminho, perdera a chave de casa. Lá teriam eles de pedir para virem mudar a fechadura da porta de novo. Marcell nunca aprenderia mas o pior.. O pior é que estava podre de bêbedo.
Sephora pegou-o por um braço e arrastou-o pelo chão, mas era tão pesado que não conseguiu mais. Então, acabou por fechar a porta com o pé e adormecer no hall de entrada junto a Marcell, até que Rodrigo acordou. Quando o pai de Sephora e de Marcell os viu, pegou rapidamente em Marcell e atirou-lhe água para cima, de modo a fazê-lo reagir. Quando acordou, Rodrigo sugeriu-lhe ir à cozinha tomar um comprimido e Marcell, agarrando-se a tudo pelo caminho, lá conseguiu chegar à cozinha. Entretanto, Rodrigo reparou na presença de Sephora, que tinha estado a dormir por não querer abandonar o irmão. Devagarinho, para que ela não acordasse, pegou-lhe ao colo e levou-a para a cama. Tapou-a e depois foi tratar de Marcell, que tinha mais uma vez adormecido na bancada da cozinha.
Rodrigo sentia-se mal pelo que andava a fazer. Não era justo, mas era a única forma de protegê-la do mal.E ele nunca se importaria de ser o mau da fita, se isso contribuísse para o bem da filha.
Uns dias se passaram e chegou a altura de Rodrigo ter de ir numa viagem de negócios a Paris. Despediu-se da mulher com um beijo e acenou aos filhos. Sephora suspirou. Finalmente, ele tinha desaparecido. Agora, a única pessoa que ela não queria ver era Marisa. Mas, se Deus lhe tinha concretizado o desejo de não ver o pai por enquanto, com Marisa não acontecera a mesma coisa.
- Sephora! - chamara Marisa, quando a vira chegar à escola.- Ouve-me! Eu não fiz nada daquilo, tens de acreditar!
- Não és mais do que uma mentirosa, Marisa. Desaparece-me de vista, nem acredito como pude confiar em ti.
Marisa parou de correr atrás dela. - UM DIA VAIS DESCOBRIR A VERDADE, MAS QUANDO ME VIERES PEDIR DESCULPA, VAIS FICAR ADMIRADA! NUNCA MAIS TE VOU PERDOAR!
O que ela não sabia é que isso poderia acontecer muito mais cedo do que previsto. Enquanto caminhava pelos corredores da escola, Sephora via acontecer aquilo que já tinha acontecido há semanas atrás.
Todos se voltavam para ela e riam-se na cara dela. Sephora correu de novo para o quadro de avisos, para ver o que Marisa tinha aprontado contra ela dessa vez. E não gostou do que viu lá. Era intrigante.
Estava lá uma foto dela em bebé a comer a sopa e a chorar, espalhando a comida por todo o lado. A boca dela estava muito aberta, tanto que deixava ver-se dois dentes por nascer, e estava toda suja com papa castanha. Achou muito estranho, porque nunca tinha mostrado a foto a Marisa, nem sequer a conhecia nessa altura.
As suas suspeitas viraram-se contra Marcell, que estava ao fundo do corredor a conversar com uns miúdos do skate, entre eles Paulo, o rapaz mais bonito e mais popular da escola (tirando o seu irmão).
Sephora foi a correr ter com ele, com olhos lacrimejantes e agarrou-lhe no casaco.
- Foste tu, Marcell? Foste tu?
- Fui eu o quê? oO - perguntou, sem compreender. Sephora acabou por ter de arrastá-lo até ao quadro de avisos.
Marcell ficou seriamente irritado e mandou todos os que se tinham começado a rir calar-se.
- Quem é que fez esta merd#? HÃ!? QUEM FOI O FILHO DA PU## QUE FEZ ISTO?! SEJAM HOMENS E ADMITAM!
Todos olharam para Marcell, uns a tremer e outros apenas surpreendidos com o ataque de fúria do irmão de Seph, enquanto esta já se tinha arrependido de ter colocado o irmão ao barulho...
- ALGUÉM SABE DE ALGO? RESPONDAM, PORRA!
- E... Eu vi alguém a colocar isso de madrugada. - disse uma rapariga do 8º ano. - Mas não sei quem era. Eu tinha-me enganado nas horas de ir para o colégio e então cheguei aqui muito cedo. Mas pelo que vi era uma pessoa alta. Mas só sei isso.
- Homem ou mulher?
- Julgo que era homem, mas foi de longe, não pude ver nada. Mas vi que ele tinha uma chave na mão, deve pertencer aqui ao colégio.
"Bolas... Mas um funcionário do colégio, como poderia conhecer-me assim? E que mal teria contra mim?"
Marcell agradeceu e levou Sephora até à cantina.
- Sabes de alguém que não goste de ti? Fizeste algo a alguém?
- Não, não.. Como é que um funcionário...?
- Pode não ter sido um funcionário, pode ter sido alguém da associação de estudantes.
"Associação... de... estudan...tes???"

- Vá lá, Marisa. Desculpa.
O quarto estava em silêncio, como se Marisa não a estivesse a ouvir.
- Eu fui uma estúpida, mas estava tão mal, com todos a gozarem...
- E por isso eu fui a pessoa em quem tu descarregaste? Sentiste-te melhor, puxando-me os cabelos e fazendo-me correr atrás de ti? Sentiste-te?

o pai dela