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 O Meu Coração não Mente... (mais uma história de amor...)

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SenseMiki
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SenseMiki
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MensagemAssunto: O Meu Coração não Mente... (mais uma história de amor...)   O Meu Coração não Mente... (mais uma história de amor...) EmptyQua maio 20, 2009 2:15 pm

Prólogo


Olá a todos. O meu nome é Natsuko Umiko e nasci na cidade pacata de Unmeiyo, perfeitamente normal, tal como a minha vida. Tenho catorze anos.
Não posso dizer que seja feia. Tenho cabelo comprido castanho, algo encaracolado e os meus olhos esverdeados são amendoados. Não sou nem muito alta, nem muito baixa. Nem muito gorda nem muito magra.
Fisicamente pode-se dizer que sou ligeiramente mais bonita do que a média. Daí que recebi umas poucas confissões de rapazes da minha idade. Mas, foi até ao ínicio da Primavera, altura em que transitei para o 9º ano, que conheci o meu futuro namorado, já que ficámos ambos na mesma turma. Ele era calmo, alegre, bem-parecido e razoavelmente popular... com as meninas principalmente. Ele é talvez o rapaz mais decente que eu conheço, mas a gente nunca falou muito nas aulas ou no recreio. Eu costumava estar com as minhas amigas e ele a jogar futebol com os dele. A primeira vez que falei com ele apercebi-me de que havia uma certa empatia entre nós e rapidamente nos tornamos amigos. Havia muitos intervalos que preferíamos estar juntos a conversar e, como vivíamos ambos na mesma vizinhança, ele começou a levar-me a casa no fim das aulas, à tardinha. Eu gosto mesmo de falar com ele. Ele parece ter uma grande compreensão das coisas e é muito gentil para mim. Talvez, a partir do momento em que comecámos a sair juntos ao fim-de-semana, já o podia chamar de "melhor amigo". Já agora, esqueçi-me de referir, o seu nome é Tamaki Kinshiro, mas eu chamo-lhe de "Tama-chan", o que o incomodava um bocado no início, mas ele agora não se importa.
Um dia ele disse-me que precisava de falar comigo sobre uma coisa importante, assim que as aulas acabassem. Fiquei intrigada, mas aceitei e combinámo-nos encontrar-nos no telhado da escola antes de irmos para casa, como costumavamos fazer. Ele estava meio hesitante mas lá acabou por me contar... Que gostava de mim e queria que eu fosse mais que uma amiga.
Na altura não soube bem o que responder, pois não tinha muito bem a certeza dos meus sentimentos por ele. Quer dizer, ele era giro, simpático, popular, atlético também. Não tinha nada que me fizesse desgostar dele. Mas não tinha a certeza na mesma. Tinha que lidar com os meus sentimentos propriamente, assim que pedi algum tempo para pensar... Juro que não era a minha intenção magoá-lo! Mas... Vocês entendem certo?
Após ter pensado, apercebi de que, sempre que estou com ele, parece que fico mais leve. Consigo falar com ele sem problemas. Gosto de sair com ele e ele atrái-me de certa forma. Aceitei... No dia seguinte falei com ele e disse que, apesar de que ainda não tinha a certeza que o amasse, mas que sentia qualquer coisa especial por ele e que queria aceitar os seus sentimentos. Ele ficou muito feliz e os seus olhos brilharam. Fiquei com a certeza de que tomara a escolha certa. Passámos a estar mais tempo juntos na escola e ao fim-de-semana íamos sempre passear pela cidade. O Tamaki era um verdadeiro cavalheiro! Muito decente... Às vezes até demais... E... Acho que posso dizer que foi um momento muito feliz na minha vida... Era pacífico. Eu queria que os meus dias fossem todos assim. Era assim que eu queria viver a minha vida. De uma forma calma e prevísivel, tão perfeita que até se tornava surreal. No fundo eu sentia que a minha vida era apenas como mais uma outra novela para adolescentes e eu uma outra rapariga enamorada...
Mas, e apesar de eu nunca ter contado isto ao Tamaki... Ainda não tinha a certeza dos meus sentimentos por ele... Gostava muito dele... Mas faltava algo... Algo que tornasse tudo perfeito. E eu não sabia o quê.
Até o conheçer.

(Este é apenas um prólogo. Ainda estou a pensar em como hei de escrever o primeiro capítulo mas a história está-se a desenvolver na minha mente. Se postar o primeiro capítulo entretanto, sem que ninguém tenha escrito algo aqui, não é double-post... ok? Este prólogo está também escrito na primeira pessoa mas para a próxima será, em princípio, sempre na terceira pessoa, assim que não estranhem)
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MensagemAssunto: Re: O Meu Coração não Mente... (mais uma história de amor...)   O Meu Coração não Mente... (mais uma história de amor...) EmptyQua maio 20, 2009 3:28 pm

Amei!

Tá muito Kawaii!

Só me lembrei de uma coisa: SCC (último epísodio)!
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SenseMiki
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MensagemAssunto: Re: O Meu Coração não Mente... (mais uma história de amor...)   O Meu Coração não Mente... (mais uma história de amor...) EmptyQua maio 20, 2009 4:00 pm

SCC? e a tua fic?
de todas as maneiras, lamento muito por ainda não ter postado o 1º capitulo em si. estou agora a escrevê-lo.
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MensagemAssunto: Re: O Meu Coração não Mente... (mais uma história de amor...)   O Meu Coração não Mente... (mais uma história de amor...) EmptyQua maio 20, 2009 4:31 pm


Capítulo I
Um Pequeno-almoço Triste


Era Sábado, o primeiro dia das férias de Verão. Após um longo ano escolar, a Natsuko estava finalmente de férias. Ela sentia-se especialmente enérgica e bem-disposta naquela manhã. Apetecia-lhe sair e ir passear pela cidade e talvez comprar um novo biquíni para a praia.
Tentou contactar a Anna e a Hotaru, as suas melhores amigas. Mas elas haviam ido passar o fim-de-semana com os pais, aproveitando a ocasião para festejar a vinda do Verão. Depois pensou em falar com o Tamaki, mas deteve-se. Afinal, ele era um rapaz. Provavelmente iria aborrecer-se se ela o obrigasse a vir consigo para comprar um biquíni.
“Não tenho alternativa… Vou sozinha”, pensou ela, enquanto pegava na sua mala azulada com a sua carteira lá dentro e descia as escadas em direcção à cozinha para comer qualquer coisa.
A sua mãe já estava acordada a comer uma torrada sentada à mesa da cozinha. Ela tinha um olhar vago.
- Bom dia mãe! – Cumprimentou Natsuko alegremente.
- Bom dia… Já a pé? Podes dormir até mais tarde.
- Não me apetece. – Respondeu enquanto abria o frigorífico e tirava um pacote de leite – E tu? Pensava que estavas cansada do trabalho de ontem.
Ficou alguns momentos em silêncio, com uma expressão pensativa. A Natsuko ficou intrigada, enquanto enchia uma taça de leite com os seus cereais de mel favoritos, que levou para a mesa, sentando-se na frente na mãe e encarando um rosto entristecido e com olheiras. Pelos vistos não havia dormido muito bem. A Natsuko ficou apreensiva e pousou a mala na cadeira ao lado.
- Mãe?
A sua mãe suspirou.
- O teu pai não dormiu em casa esta noite… – Disse ela duramente sem rodeios.
O rosto da filha escureceu. Ela quase que podia adivinhar a razão pela qual o seu pai não havia posto os pés em casa durante a noite. E sabia que a mãe também o sentia. Ela podia ser um quanto ingénua às vezes, mas não era estúpida.
- Estou a ver… Já lhe telefonaste?
Ela encolheu os ombros, resignadamente.
- Não vale a pena. “Amigos” ou “trabalho” como bem sabes. – Respondeu a mãe numa voz amarga, quase indiferentemente. Um tom de voz que a Natsuko não gostava de ouvir na sua mãe, uma mulher amável, altruísta e dedicada aos filhos e ao marido… Mesmo que este não merecesse.
Natsuko comeu os seus cereais em silêncio enquanto a mãe olhava pela janela, não querendo fitar a filha. Esta compreendeu que a mãe devia estar a sentir-se muito mal e não a maçou com mais perguntas que a fizessem lembrar-se de alguma coisa dolorosa.
Quando a taça estava vazia, levou-a ao lavatório e deixou-a no meio de uma pilha de pratos consideravelmente grande. Ela sentiu pena da sua mãe, que nem era uma mulher feia. Estava muito mais bem conservada para a idade que metade das mulheres da mesma idade que ela! Alguns até acreditavam que ela ainda estivesse na casa dos trinta e qualquer coisa, quando já estava perto dos cinquenta. Tinha os mesmos olhos esverdeados da filha e um cabelo castanho arruivado liso lindíssimo. Já tinha umas poucas rugas de expressão, mas nada mais poderia apontar a sua idade actual. Como poderia estar o pai farto dela? Ela sentia desprezo por ele. Não a merecia. Nem a ela nem aos filhos. Não falhava apenas como marido, mas também como pai. Desde de que ela era pequena que ele havia estado sempre demasiado ocupado com o trabalho, a tentar, quase desesperadamente, subir na carreira. Sempre que tinha algum tempo livre, preferia passá-lo a ver televisão ou a estar com os amigos no bar que ficava a alguns metros da sua casa. E desde já há algum tempo para lá que haviam noites que ele já não dormia em casa. E, curiosamente, o começo dessas noites coincidia com a chegada da sua nova secretária, uma mulher sensual e sofisticada, mas que parecera antipática e frívola aos olhos de Natsuko, quando o seu pai a levara a jantar lá em casa. Mal ela o vira, sentado no sofá da sala numa noite, reparara na presença de uma mulher com quem o seu pai parecia ter alguma intimidade pessoal e que conversavam e riam muito juntos, quase alheios à presença da mulher, Natsuko e o seu irmão mais novo Kenishi. A troca de olhares entre o pai e a secretária durante o jantar haviam sido óbvias para a sua mãe e ela. Mas a mãe, que tinha um temperamento fraco, não se pronunciara e o pai, aproveitando-se disso, continuava com os seus encontros amorosos. A filha andava furiosa com ele, mas, como não tinha nada a haver com a vida dos seus pais, calava-se. O Kenishi, coitado, não percebia, mas já lhe dissera secretamente, com olhos vivos e perspicazes para uma criança de apenas sete anos.
- O pai já não gosta da mãe pois não Natsuko-nee-chan?
A pergunta ficara-lhe na memória. Até uma criança como o Kenishi, que passava o tempo todo no quarto a brincar, se havia apercebido da distância entre a sua mãe e o pai. Mas não parecia nem triste nem zangado. Fizera aquela pergunta num tom apático, como se não quisesse saber. Provavelmente também o pai já não significava nada para ele.
Ficou algum tempo de pé na cozinha, a pensar em todas estas coisas que se andavam a passar mesmo debaixo do nariz da mãe que olhava pela janela obstinadamente. Ela queria dizer-lhe qualquer coisa. Reconfortá-la. Mas nada lhe vinha à cabeça. Finalmente pegou na sua mala e saiu da cozinha silenciosamente. Era melhor deixá-la sozinha por uns momentos. Mesmo que lhe pedisse autorização para sair ela dar-lhe-ia pouca atenção. Saiu de casa, tendo o cuidado de não bater com a porta, como às vezes fazia quando tinha pressa.
Caminhou pela rua, procurando abstrair-se daquilo. Estava um dia tão lindo e era o início das férias de Verão! Tinha mais era que divertir-se! E a diversão começava por ir comprar o seu desejado biquíni para a praia! Quanto ao seu pai, esse podia era ir para o inferno! Podia ser que a mãe um dia tomasse uma atitude. Não era ela que ia resolver os problemas dos pais.


(sei que não está grande coisa... mas se pusesse mais, ficava demasiado longo e enfadonho...)


Última edição por SenseMiki em Qua maio 20, 2009 7:22 pm, editado 1 vez(es)
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MensagemAssunto: Re: O Meu Coração não Mente... (mais uma história de amor...)   O Meu Coração não Mente... (mais uma história de amor...) EmptyQua maio 20, 2009 5:35 pm

Amei, agora ... não está um pouco parecido com a Fic da Kagome_chan ?
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MensagemAssunto: Re: O Meu Coração não Mente... (mais uma história de amor...)   O Meu Coração não Mente... (mais uma história de amor...) EmptyQua maio 20, 2009 7:16 pm

Capítulo II
O Momento em que o Vi

Natsuko, às 11:21 da manhã saía da loja com o seu novo biquíni para o Verão e uma nova pulseira, já que o biquíni havia saído mais barato do que esperava. Mas ainda lhe restava algum dinheiro. Ela podia ir já para casa, mas começou a sentir o bichinho da gula a tentá-la…
“E aqueles bolos parecem tão deliciosos…”, pensava ela olhando para uns bolos acabados de sair do forno, cremosos, mas com um aspecto leve. Quase que tinha o nariz encostado à montra de quão tentadora era a sua imagem. Mas ela não podia ser tão gastadora…Tinha que poupar o seu dinheiro para as férias. Mas tinham um aspecto tão bom… Mas iria engordar se comesse! Ai, mas não podia resistir…
Imaginou a sua imagem angelical e a sua imagem infernal cada uma no seu ombro.
- Tens de poupar o teu dinheiro! Olha as férias! A tua mãe não te pode estar sempre a dar dinheiro! – Avisava a Natsuko-Anjo.
- Mas têm tão bom aspecto… E estás cheia de fome. As férias acabaram de começar! Vai lá comer um! – Dizia a Natsuko-Diabo numa voz sedutora e encantadora.
E os bolos começavam a arrefecer…
- Tomaste o teu pequeno-almoço há pouco! Olha que vais engordar! – Repreendeu a Natsuko-Anjo.
- Aquele pequeno-almoço era pesado! – Retorquiu a Natsuko-Diabo – E aqueles bolos parecem tão deliciosos… Não vais ficar mais gorda por causa de um bolo ou vais.
Natsuko abanou a cabeça.
“Não!”, pensou ela, “Tenho que me controlar… O mal não pode triunfar. Vou ser sensata e poupar o meu dinheiro”, decidiu o cérebro dela.
Entrou dentro da pastelaria e dirigiu-se ao balcão.
- Era um daqueles bolos por favor! – Pediu ela dengosamente à mulher que naquele momento sorria convidativamente.
Podia ver a Natsuko-Diabo com uma tabuleta que dizia 99-0 com um sorriso triunfante e a Natsuko-Anjo amuada a um canto.
Daí a mais dois minutos saía da loja com o seu bolo na mão.
- Delicioso! – Disse ela ao dar a primeira dentada. Tinha um sabor doce, cremoso e aquecia-a por dentro. Nada melhor que um bolo acabado de fazer pela manhã! Fazia-a sentir-se bem.
Olhou o seu relógio. Eram naquele momento 11:29.
“Tenho de ir para casa daqui a nada…”, pensou ela para os seus botões.
Seguiu por uma viela que era um atalho em direcção à rua onde ficava a sua casa. Era algo comprida e não havia entradas para nenhum dos edifícios que se erguiam dos seus dois lados. Apenas janelas a partir do primeiro andar. Era algo sinistra, mesmo pela manhã, mas era o caminho mais rápido para a sua casa.
Ao sair da viela, cruzou para a esquerda e acidentalmente foi com o seu bolo, que ela não tinha acabado de comer contra um homem que devia ter quase o dobro da sua altura.
- Oh não! – Disse ao ver o desastre que havia provocado, uma nódoa branca na camisola vermelha que o homem olhava com fúria – Peço desculpa…
- E achas que as tuas desculpas vão resolver isto?! – Indagou o homem furiosamente com um olhar ameaçador agarrando a camisola com uma mão e bramindo a nódoa. Estava acompanhado de mais três, todos eles com muito mal aspecto e que cheiravam fortemente a algo que se parecia horrivelmente com tabaco barato. Olhavam com um sorrisinho cínico para ela.
- E-eu… Desculpa… – Natsuko começou a ficar assustada e recuou um passo. O homem de vermelho agarrou-a por um braço e encostou-a violentamente contra a parede do prédio, fazendo com que ela deixasse cair o saco. Ela olhou para os lados, aflita, mas não havia ninguém ali naquele momento.
- Não está aqui ninguém minha gata… – Disse um homem mais baixo com uma camisola azul e uma cicatriz que lhe deformava o rosto, fazendo-lhe uma festa pelas faces coradas da Natsuko – Que tal divertimo-nos um bocado?
- N-não! Deixem-me! – Guinchou ela tentando libertar-se dos braços fortes que a encostavam à parede. Os quatro riam-se grosseiramente dos seus esforços inúteis para conseguir fugir.
- E agora? – Disse um outro pegando no saco dela. – Oh… o que temos aqui? – Um sorriso malicioso espalhou-se pela cara ao tirar o biquíni novo verde para fora. Os quatro entoaram uma gargalhada ainda mais alta e Natsuko ficou mais assustada do que nunca. Pareciam porcos a rir!
- O que querem?! Já pedi desculpa!
O homem arrastou-a indolentemente para a viela de onde ela acabara de vir.
- Mas ela até é gira… – Disse o homem de azul.
- Que fazemos com ela? – Perguntou um outro homem, cujo cabelo oleoso estava demasiado comprido e mal deixava ver os seus olhos.
- Tenho uma ideia… Vamos obrigá-la a experimentar este biquíni. – Sugeriu o homem de vermelho perigosamente, prendendo-a bem contra a parede. Todos quatro se riram perversamente do seu terror. Natsuko estava quase em pânico.
- Não! Não, parem! – Os seus esforços para se libertar duplicaram e o homem de vermelho começou a ter dificuldades para a manter imobilizada.
- Está quieta! – Ordenou ele abanando-a vigorosamente – Olha que eu não estou a brincar!
- Vocês os quatro! – Disse uma voz de um rapaz por detrás dos quatro, à entrada da viela. Os homens estavam todos na sua frente e Natsuko não conseguiu ver quem falara.
- Já se divertiram o suficiente. Deixem essa miúda ir. – Pediu ele numa voz calma, mas determinada.
Os quatro olharam-no dos pés à cabeça. O homem de vermelho largou a Natsuko, que já tinha os pulsos vermelhos de tanto os apertar. Ela recuou alguns metros, mas não fugiu.
- Com quem é que pensas que te estás a meter ó palhaço? – Ameaçou o homem da cicatriz – Sabes quem nós somos?
- Sei. E suponho que vocês conheçam o nome Ichirou Kazuko.
Os homens detiveram-se.
- Como é que sabes quem ele é? – Inquiriu o homem de vermelho, agora com uma ponta de ansiedade na voz. Natsuko não conseguia ainda ver quem era o seu salvador.
- Um conhecido meu. Se não querem que ele vos tome de ponta é melhor deixarem essa rapariga em paz. – Avisou a voz, sem quaisquer hesitações, com uma confiança determinada.
Os homens hesitaram. Depois, abandonaram todos a viela, o de camisola vermelha enraivecido. Antes de cruzar para a esquerda o homem com a cicatriz de camisola azul virou-se para ela.
- Estás com sorte miúda. Espero bem que não te tornemos a ver.
E foi-se embora, seguindo os outros.
Natsuko viu pela primeira vez o rapaz que a salvara.
Havia uma certa frieza no seu olhar, que acompanhava os homens violentos que se afastavam. Mas não tinha mau aspecto. Tinha cabelo azul-escuro e uns olhos amendoados de cor índigo. A julgar pela sua estatura física e altura, não devia ter muitos mais anos que ela. Os quatro poderiam tê-lo desancado com facilidade, mas apenas tinham acatado as suas ordens e partido sem uma reclamação. A pele era ligeiramente morena e usava um casaco de cabedal e umas calças de ganga ligeiramente rasgadas. O rapaz olhou para ela. Nesse momento, Natsuko sentiu que o mundo havia parado a sua volta. Os seus olhos pareciam penetrá-la de tão profundos e absorventes que eram. Os seus traços eram finos e a única coisa que a incomodou, foi o facto de ele não sorrir. Ele era mesmo muito atraente.
- Eles magoaram-te? – Perguntou ele, ainda num tom determinado.
- N-não… – Disse ela enquanto apanhava o biquíni e o saco que se encontravam caídos na viela. Ela não sabia o que dizer. Se dizer “obrigado” ou se perguntar “quem és tu?”
- Ainda bem.
O rapaz deu meia volta e foi-se embora deixando-a especada a olhar para o local de onde ele acabara de partir. Uns segundos depois reagiu e correu na direcção que ele tinha tomado, para a direita da viela, na direcção oposta á dos malfeitores.
Ele estava a andar apenas a alguns metros de distância.
- Espera! – Chamou ela.
Ele deteve-se e olhou para trás. Natsuko alcançou e tentou recuperar o fôlego de tudo o que se passara em apenas uns poucos minutos.
- O-obrigada! – Balbuciou ela.
Pareceu levemente surpreendido. Mas depois esboçou um leve sorriso, que não parecia de todo sincero.
- Não há problema. – Voltou-se de novo e retomou o passo.
- Es-espera! – Voltou ela a chamar por ele.
O rapaz deteve-se de novo e fitou-a parecendo ligeiramente enfadado.
- O que queres? És um bocado chata. – Retorquiu ele.
Ela ficou um pouco ofendida.
- B-bem, desculpa por isso! É só que…
Ele olhava-a sem grande interesse, procurando despachá-la o mais depressa possível.
- Como te chamas?
- Não é da tua conta. – Respondeu ele friamente, sem amabilidade, mas já aparentando estar um pouco mais receptivo.
- Eu chamo-me Natsuko Umiko! Vivo aqui perto. Muito obrigada por me teres salvo deles! – Agradeceu ela com uma vénia.
- Já percebi – Disse ele rudemente – Se não te importas tenho que ir embora.
- O-ok…
Ele virou-lhe as costas e acenou-lhe com a mão sem olhar para trás.
- Adeus Natsuko. Vê lá se tomas cuidado.
Natsuko sentiu-se corar vendo-o caminhar pela rua até desaparecer no próximo cruzamento. Ele tinha-a chamado pelo primeiro nome! Será que ele era assim tão rude? Se ele não lhe tivesse acabado de salvar a vida, estaria zangada com ele, mas… Ele salvara-a… Ele parecia um pouco mau e bruto, mas, acabara de enfrentar os homens assustadores só para a salvar… Quem era ele? Porque que é que a tinha salvo?
Ela correu até casa, o coração a palpitar-lhe no peito a toda a velocidade. Assim que chegou a casa, muito afogueada, dirigiu-se ao quarto e deixou-se cair de costas na sua cama, agarrando a sua almofada.
Os olhos dele… Eram tão… Misteriosos. Ela não sabia bem como os caracterizar.
“Quem é ele?”, questionou-se.


Última edição por SenseMiki em Qua maio 20, 2009 8:29 pm, editado 1 vez(es)
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MensagemAssunto: Re: O Meu Coração não Mente... (mais uma história de amor...)   O Meu Coração não Mente... (mais uma história de amor...) EmptyQua maio 20, 2009 8:22 pm

Está simplesmente PERFEITA! Eu preciso achar tempo para fazer minha propria fic....
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MensagemAssunto: Re: O Meu Coração não Mente... (mais uma história de amor...)   O Meu Coração não Mente... (mais uma história de amor...) EmptyQua maio 20, 2009 11:01 pm

Legal a historia xD, vou continuar a ler.
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MensagemAssunto: Re: O Meu Coração não Mente... (mais uma história de amor...)   O Meu Coração não Mente... (mais uma história de amor...) EmptyQui maio 21, 2009 12:14 pm

Interressante!

Deconfo do que irá acomtecer.

Imagibo esse garoto que a salvou como o Mark de Mew Mew Power!
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MensagemAssunto: Re: O Meu Coração não Mente... (mais uma história de amor...)   O Meu Coração não Mente... (mais uma história de amor...) EmptyQui maio 21, 2009 1:35 pm

Dia escreveu:
Interressante!

Deconfo do que irá acomtecer.

Imagibo esse garoto que a salvou como o Mark de Mew Mew Power!

Ok, vamos para lição:

MASAYA AOYAMA - TOKYO MEW MEW

Masaya Aoyama, Tokyo Mew Mew!

*cof cof*

Ainda não li, só estava a ver os comentarios e tive que responde ¬¬'

Agora eu leio tah? ^-^ *vai ler*
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MensagemAssunto: Re: O Meu Coração não Mente... (mais uma história de amor...)   O Meu Coração não Mente... (mais uma história de amor...) EmptyQui maio 21, 2009 1:36 pm

Estão lindos, desde o Prólogo ao final, nunca vou parar de amar *.*
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MensagemAssunto: Re: O Meu Coração não Mente... (mais uma história de amor...)   O Meu Coração não Mente... (mais uma história de amor...) EmptyQui maio 21, 2009 3:33 pm

eu so vi 16 episodios de tokyo mew mew.. "^^
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MensagemAssunto: Re: O Meu Coração não Mente... (mais uma história de amor...)   O Meu Coração não Mente... (mais uma história de amor...) EmptyQui maio 21, 2009 3:59 pm

SenseMiki escreveu:
eu so vi 16 episodios de tokyo mew mew.. "^^

já li td manga no animeEDEN e 3 vezes o anime no YT ♥'

Voltando~

Eu li tudo...

OH MY, JÁ TENHO TEORIAS! *modo L-chi off* xD

E esta AMAY, espero proximos :~
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MensagemAssunto: Re: O Meu Coração não Mente... (mais uma história de amor...)   O Meu Coração não Mente... (mais uma história de amor...) EmptyQui maio 21, 2009 4:55 pm

Hana Suzumika escreveu:
SenseMiki escreveu:
eu so vi 16 episodios de tokyo mew mew.. "^^

já li td manga no animeEDEN e 3 vezes o anime no YT ♥'

Voltando~

Eu li tudo...

OH MY, JÁ TENHO TEORIAS! *modo L-chi off* xD

E esta AMAY, espero proximos :~

Tem razão...
Já li o manga todinho do inicio ao fim mas o anime só vi até ao episódio 10

Voltado... -.-
Espero que o próximo capitulo seja lindo *.*
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MensagemAssunto: Re: O Meu Coração não Mente... (mais uma história de amor...)   O Meu Coração não Mente... (mais uma história de amor...) EmptyQui maio 21, 2009 4:59 pm

Moon-chan escreveu:
Hana Suzumika escreveu:
SenseMiki escreveu:
eu so vi 16 episodios de tokyo mew mew.. "^^

já li td manga no animeEDEN e 3 vezes o anime no YT ♥'

Voltando~

Eu li tudo...

OH MY, JÁ TENHO TEORIAS! *modo L-chi off* xD

E esta AMAY, espero proximos :~

Tem razão...
Já li o manga todinho do inicio ao fim mas o anime só vi até ao episódio 10

Voltado... -.-
Espero que o próximo capitulo seja lindo *.*

é um bocado secante... "^^ estou quase a acabar
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MensagemAssunto: Re: O Meu Coração não Mente... (mais uma história de amor...)   O Meu Coração não Mente... (mais uma história de amor...) EmptyQui maio 21, 2009 8:28 pm

Capítulo III
Ele Não me Sai da Cabeça…



Após aquele incidente com os horríveis homens que a haviam maltratado e que culminara com o salvamento por aquele misterioso rapaz, uma semana mais tarde, já Natsuko tinha entrado no espírito das férias de Verão. Passava os seus dias ora sentada no sofá a ler enquanto comia melancias, a sua fruta predilecta, ou a estar com o Tamaki. Agora que estavam de férias, tinham mais tempo para si mesmos. Já haviam ido ao cinema e até ao parque de diversões que ficava um pouco mais afastado da cidade. Ela estava feliz ao lado do Tamaki. No seu íntimo acreditava que era com o Tamaki que iria ficar. Que seria o Tamaki que a havia de apoiar ao longo da vida. Ele era mais que perfeito em vários aspectos! Era bonito, amável, fazia-a rir e tentava ao máximo não a magoar com as suas atitudes. Que mais podia querer num rapaz? Sim… Podia dizer que andava feliz.
Mas, e apesar de não perceber muito bem porquê, aquele olhar tão profundo do rapaz que a salvara, tão profundo e provido de sentimentos secretos, que a absorviam a um mundo só dela, não lhe saía da cabeça. Não conseguia esquecer aquele encontro. Nem o timbre suave mas decidido daquela voz que conseguia dizer coisas tão rudes. Às vezes, antes de dormir, a última coisa em que pensava era nesse olhar. Deitada na almofada, pensava nos momentos maravilhosos que tinha com o Tamaki… De como se divertiam juntos… De como eram parecidos e partilhavam os mesmos pontos de vista… De como tudo parecia mais bonito quando ele era bondoso para com ela. Mas… Aquele olhar era a última coisa que via quando adormecia. O olhar perseguia-a às vezes em sonhos, quando ela estava com o Tamaki. E o Tamaki, às vezes, no seu sonho, tinha uma expressão triste. Uma expressão que ela nunca lhe tinha visto quando estava acordada. Perguntava porque andava ele tão triste, mas ele sorria amargamente e não dizia nada. Caminhava a seu lado, indolentemente. Era o que mais a magoava. O que mais a atormentava. Porque sofria o Tamaki? Porque é que o seu sorriso era tão triste? Seriam os olhos? Os olhos tão azuis, tão profundos… Os olhos que ela não conseguia esquecer. Seriam a razão do sofrimento do Tamaki? Teria ele medo deles? Se calhar eram enfeitiçados! Tinham um poder que fazia os outros tristes! Mas… se fosse o caso, não andaria também triste? Já não percebia nada de nada! O que era tão especial naqueles olhos?
Natsuko sentia-se mal quando pensava no estranho que a ajudara. Não por si, mas pelo Tamaki. Se ele soubesse que ela andava a pensar tanto noutro rapaz como reagiria? Acabaria por sair magoado! E a última coisa que a Natsuko naquele momento queria era magoar o Tamaki! Ele era tão querido para ela… Partilhavam inúmeros momentos especiais, que ela não queria que acabassem. Ela queria fazer o Tamaki feliz. Ela sentia-se mal consigo mesma por pensar tanto nos olhos de outro rapaz. Um rapaz com quem ela havia falado apenas uma vez na vida. Mas não podia ser amor ou o que quer que fosse. Mal tinha falado com ele e não lhe parecera nada de especial. Claro, era bastante bonito, mas era rude e frio. Não gostava da palavra como lhe dirigia a palavra. Portanto, se calhar não era dele! A culpa de ela pensar tanto nele era dos seus olhos! Ela não precisava de se preocupar tanto! Conhecera um rapaz com uns olhos lindíssimos que a salvara e lhe dera para trás e ela ficara curiosa! E só!
E quanto mais pensava nisso, mais tinha a certeza de que era exactamente isso. Afinal de contas, o facto de um rapaz que aparentava ser mais fraco que quatro homens que pareciam tão poderosos ter dito apenas um nome para os calar e mandar ir embora? Um nome que a salvara. Às tantas começou a pensar que o rapaz afinal era perigoso e que aquele nome não podia trazer nada de bom. Se calhar, até iria acabar por se tornar amigo deles um dia mais tarde. Talvez fosse apenas uma partida que os cinco lhe haviam pregado! Não… Não podia ser… Seria demasiado horrível! Enganar uma rapariga inocente daquela forma! Se assim fosse não mereciam perdão! E ela nunca deveria ter ficado tão fascinada com aquele rapaz! Fora uma idiota! Nunca o iria perdoar!
E decidiu focar-se mais na relação que tinha com o seu namorado. O Tamaki. Aquele que dera sempre o seu máximo por ela. Aquele que a apoiara sempre. Era ele que merecia todas as suas atenções e não um estranho qualquer.
E assim se passou uma semana. No segundo sábado das férias de Verão, enquanto Natsuko estava sentada no sofá a ver televisão, o telefone de casa tocou.
- Eu atendo! – Disse Natsuko em voz alta para que a mãe a ouvisse e foi rapidamente atender o telefone, que se encontrava numa mesa de apoio junto à entrada da sala de jantar.
- Sim? Residência dos Umiko. – Atendeu Natsuko.
- Oh! Natsuko-chan! – Ouviu-se uma voz feminina e animada do outro lado da linha. Natsuko sorriu.
- Hotaru-chan! Olá!
- Estive agora mesmo a falar com a Anna! Estás livre amanhã?
- Sim, eu e o Tamaki não combinámos nada.
- Ainda bem… – Ouviu-se um leve suspiro de alívio – Estávamos a pensar em irmos à praia amanhã, já que tem estado tão bom tempo! Ainda não fomos nestas férias! – Lamentou-se Hotaru.
- Oh! Sim, calha bem! Claro que vou! – Respondeu Natsuko alegremente.
- Boa! Fala com o Tamaki-kun se ele quiser vir.
- O quê? Queres-me roubar o namorado? – Perguntou a Natsuko num tom de brincadeira.
- Não, porque estou de olho num rapaz giríssimo que amanhã vai à praia! – Retorquiu ela de imediato num tom altivo.
- É por isso que amanhã queres ir… – Compreendeu a Natsuko de imediato, sentindo algum constrangimento – Não gostavas do Musashi-san na semana passada?
- Começou a andar com a Yuiki-chan. – Respondeu ela sem raiva ou tristeza na voz, como se o rapaz já não existisse – Bem o que interessa é o que rapaz é lindo e tem amigos também lindíssimos! Se estiveres farta do Tamaki-kun sempre podes substituí-lo! – Gozou a sua amiga.
A Natsuko deu uma risada.
- Eu e o Tamaki estamos muito bem, não te preocupes. Concentra-te lá no tal rapaz.
- Assim farei! – A Hotaru deu uma risadinha quase histérica. Natsuko estava ainda mais animada.
- Ah! Por falar em praia! No último sábado fui á cidade e comprei um biquíni que…
À mente de Natsuko iluminou-se com imagens dos homens que quase a tinham forçado a pôr um biquíni e que haviam sido violentos até o rapaz misterioso a salvar. Lembrou-se da sua voz… As suas palavras duras e antipáticas… O seu jeito frio… Os seus olhos… Aqueles olhos que a perseguiam dia e noite… Que faziam o seu coração bater tão depressa. Naquele momento parecia consegui-lo ver na sua frente. Mas a imagem dele sorria. Um sorriso algo cínico, mas terno. Sentiu uma leve pontada no peito que a chamou de volta à realidade e apercebeu-se de que Hotaru a chamava do outro lado da linha.
- Natsuko-chan? Estás aí, Natsuko-chan! – Chamava ela insistentemente.
- Oh! Desculpa… Distraí-me por momentos… – Desculpou-se ela languidamente, continuando na sua mente algo distraída.
- Ah estava a ver! Ficaste muda de repente, estava ficar preocupada!
- P-pois…
- Então já sabes! Amanhã às dez e meia na estação para termos tempo de comprar os bilhetes! O comboio só parte às dez e quarenta. Fala com o Tamaki-kun! – Lembrou ela alegremente numa voz melodiosa.
- Está bem…
- Até amanhã! Não te esqueças! – Avisou enquanto desligava o telefone e os “bips” da linha telefónica ficaram a ecoar aos ouvidos de Natsuko, ainda com a cabeça nas nuvens. Quando se apercebeu de que ainda continuava com o auscultador na mão e de que a Hotaru já desligara do outro lado da linha. Pousou o auscultador e dirigiu-se ao sofá, lentamente, estendendo-se de cabeça virada para a janela de modo que a luz do sol que entrava batia-lhe nos olhos. Mas ela nem ligou. A luz não lhe fez qualquer diferença. Estava demasiado perdida em pensamentos.
Ela estava ele outra vez em seus pensamentos. Lá a assombravam mais uma vez aqueles malditos olhos! Porquê…? Porque não a deixavam em paz?
- Caraças! – Explodiu ela atirando com a almofada contra a parede – Mas quem é ele?!
O seu coração estava a bater muito depressa no seu peito. Quase que a sufocava. Mas porquê? Tudo por causa daqueles olhos! Aqueles olhos tão profundos… mágicos.
E então veio-lhe à memória o sorriso doce do Tamaki. O seu rosto expressivo e gentil. A alegria que sentia ao vê-lo.
“Sim…”, pensou Natsuko, mais aliviada por ver que estava a pensar no Tamaki, que a sua mente já não lhe traía, “o Tamaki… É dele que eu gosto!”
Sorriu, mais reconfortada e lá fez um esforço adicional para tentar tirar da cabeça o estranho desconhecido. Já não importava. Provavelmente nunca mais iriam se ver na vida. Era uma questão de tempo e dentro de alguns dias já nem lembrar-se-ia daquele incidente. Era melhor assim… Melhor… Ela não podia perder ao feitiço dos olhos.
Sim, porque tinha agora a certeza que fora um feitiço que o rapaz lhe lançara para pensar em coisas estúpidas. Sim… aquilo era uma estupidez! “Que rapaz mais detestável”, pensou Natsuko ligeiramente enervada. Mas a sua preocupação evaporara-se.
Levantou-se do sofá e, sentindo-se mais enérgica e bem-disposta, telefonou para casa do Tamaki. Ele àquela hora provavelmente devia estar em casa a tomar conta da sua irmãzinha mais nova.
Após alguns segundos, uma voz agradável atendeu do outro lado da linha.
- Estou? Residência dos Kinshiro.
- Tama-chan? É a Natsuko!
Tamaki deu uma risada.
- Já te disse para não me chamares assim…
- Desculpa… É só que acho que te fica bem. Olha, amanhã queres ir à praia? Vou com a Hotaru-chan e a Anna-chan.
Tamaki estava a considerar a hipótese... Mas numa questão de segundos respondeu afirmativamente.
- Claro! Porque não?
- Ok! Então amanhã a gente encontra-se todos na estação. Às dez e meia! Mas passa por aqui a buscar-me para aí às dez e vinte! Não te esqueças! – Advertiu Natsuko.
- Ok… Natsuko-chan?
- Sim?
- Adoro-te… – Confessou o Tamaki suavemente numa voz algo grave.
Natsuko hesitou. Por momentos não sabia muito bem o que responder. As palavras de Tamaki haviam-na feito muito feliz mas, por mais que ela também quisesse devolver-lhe aquelas palavras de afecto, de alguma forma custava-lhe. Algo a impedia de dizê-lo… E, de novo, a mente voltou a evocar a imagem daquele rapaz… O seu estômago deu uma volta e o coração palpitou mais forte.
- Natsuko-chan? – Chamou a voz de Tamaki do outro lado da linha, trazendo-a de volta à realidade.
- Huh? Oh sim… Eu…
Respirou fundo.
- Também te adoro Tamaki. Gosto mesmo muito de ti. – Sentiu-se de certo modo mais aliviada ao dizer as palavras "gosto de ti".
Mas o Tamaki não pareceu satisfeito.
- Estás bem Natsuko? – Perguntou com apreensão.
- Sim… Está tudo bem. Está muito calor – disse ela levando a mão à testa e limpando uma gota de suor que escorria por ela – Perdi o fio à meada.
- Ok… Então até amanhã.
E com estas palavras o Tamaki desligou o telefone do outro lado da linha deixando só na sala uma Natsuko que se sentiu levemente culpada ao dizer as palavras “adoro-te”. E o pior é que não sabia porquê.
“O que se passa comigo afinal?”, indagou, exasperada consigo mesma.
Aqueles olhos… Os olhos azuis que a prenderam a um mundo novo… Não a deixavam em paz. Ele não lhe saía da cabeça.
“Porquê?”


(eu sei que é um bocado foleiro... "^^)


Última edição por SenseMiki em Sáb maio 23, 2009 5:41 pm, editado 1 vez(es)
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MensagemAssunto: Re: O Meu Coração não Mente... (mais uma história de amor...)   O Meu Coração não Mente... (mais uma história de amor...) EmptySex maio 22, 2009 3:53 am

Nossa.. amor a primeira vista x-x'

amay ♥
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MensagemAssunto: Re: O Meu Coração não Mente... (mais uma história de amor...)   O Meu Coração não Mente... (mais uma história de amor...) EmptySex maio 22, 2009 4:51 pm

O.M.G!!

É LINDO!
Tens de continuar, cada vez espero mais pelo final xD
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MensagemAssunto: Re: O Meu Coração não Mente... (mais uma história de amor...)   O Meu Coração não Mente... (mais uma história de amor...) EmptySeg maio 25, 2009 6:03 pm

Sugoiii! Amay
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MensagemAssunto: Re: O Meu Coração não Mente... (mais uma história de amor...)   O Meu Coração não Mente... (mais uma história de amor...) EmptySeg maio 25, 2009 6:41 pm

Gostei do capitulo xD.
*Aguardo o proximo*.l
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MensagemAssunto: Re: O Meu Coração não Mente... (mais uma história de amor...)   O Meu Coração não Mente... (mais uma história de amor...) EmptySeg maio 25, 2009 8:25 pm

Igual ao Creed!
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MensagemAssunto: Re: O Meu Coração não Mente... (mais uma história de amor...)   O Meu Coração não Mente... (mais uma história de amor...) EmptyTer maio 26, 2009 12:41 am

Legal agora ...

Se inspirou em SC!

Por Exemplo: TamakiXNatsukoX? = TadaseXAmuXIkuto!
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MensagemAssunto: Re: O Meu Coração não Mente... (mais uma história de amor...)   O Meu Coração não Mente... (mais uma história de amor...) EmptyTer maio 26, 2009 1:06 am

@.@ Fiquei zonzo de tanto X xD
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MensagemAssunto: Re: O Meu Coração não Mente... (mais uma história de amor...)   O Meu Coração não Mente... (mais uma história de amor...) EmptyTer maio 26, 2009 3:00 pm

já escolhi um nome para o rapaz misterioso... mas só devem ficar a saber no 5º capítulo ou 6º =P
e acho que não me estou a inspirar em nenhum anime Dia xD
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MensagemAssunto: Re: O Meu Coração não Mente... (mais uma história de amor...)   O Meu Coração não Mente... (mais uma história de amor...) EmptySeg Jun 01, 2009 4:10 pm


Capítulo IV
Um Dia na Praia



No dia seguinte já a Natsuko tinha embalado todas as coisas de que necessitava para o seu dia na praia com o Tamaki e as suas amigas Hotaru e Anna. Olhou para dentro da sua mala grande cor-de-rosa para confirmar se tinha tudo…
“Sim, acho que tenho”, pensou ela. Por baixo da sua roupa trazia vestido o seu novo fato-de-banho. Tinha a toalha, óculos de sol, chapéu de praia, protector solar, uma revista quando estivesse mais aborrecida, a caixa do almoço para ela e outra para o Tamaki, um baralho de cartas para se lhes apetece uma cartada, a sua carteira, com algum dinheiro e identificação, para o caso de algum imprevisto, trazia ainda o seu champô, gel de banho e toalha de banho e uma muda de roupa para quando fosse altura de ir embora, já que havia lá balneários junto à praia. Sim, tinha tudo.
Fechou o fecho da sua mala e olhou o seu despertador da Pucca na mesa-de-cabeceira. O despertador marcava as dez e dezassete. O Tamaki devia estar quase a chegar para a levar…
Meu dito, meu feito. Ouviu-se o toque da campainha lá em baixo e Natsuko acorreu à entrada para abrir a porta ao seu namorado. Assim que abriu a porta viu o rosto sorridente e suave do Tamaki, ligeiramente corado.
- Oi!
Iluminou-se um sorriso na cara de Natsuko ao ver o Tamaki de quem muito gostava.
- Tama-chan! Entra! – Disse ela abrindo mais a porta para o deixar entrar.
Tamaki era um rapaz um bocadinho mais alto do que a média. Tinha um cabelo algo revolto mas brilhante, loiro acobreado e os seus olhos eram vivos e expressivos, de uma cor avermelhada. Tinha umas poucas sardas ao pé do seu nariz, mas elas só tornavam o seu rosto ainda mais encantador. E o seu sorriso era sempre um sorriso caloroso e que, de alguma forma, a fazia sentir-se melhor. Trazia às costas uma mochila na qual devia ter as suas coisas para a praia.
- Estás pronta para irmos?
- Sim, vou só lá a cima buscar a mala.
- Eu ajudo-te. – Disse o Tamaki enquanto a seguia pelas escadas e em direcção ao quarto dela, onde Natsuko agarrou na sua mala grande, que por sua vez se encontrava algo pesada devido a todas as coisas que ela havia arrumado…
Algo embaraçada virou-se para o Tamaki e pediu-lhe que levasse a mala para a entrada.
- Eu vou só falar com a minha mãe. – Disse ela enquanto avançava para fora do quarto.
- Entendido… – Tamaki pegou na mala de Natsuko, embora com algum esforço.
- O que levas aqui? – Questionou o Tamaki com surpresa e alguma indignação na voz – Pedras?
Natsuko deitou-lhe a língua de fora, em tom de brincadeira, e, sem responder, desceu as escadas e dirigiu-se à sala onde sabia estar a sua mãe. Ela estava sentada no cadeirão da sala e ler uma revista que havia comprado na tabacaria mais perto da sua casa, naquela manhã, quando fora dar a sua habitual volta matinal.
- O Tamaki já está aqui. Eu vou andando mãe. – Disse Natsuko à porta que dava para a sala.
A mãe de Natsuko ergueu a cabeça sorrindo calmamente.
- Está bem Natsuko. Então tem um bom dia. Vê se não chegas muito tarde!
- Está bem!
Natsuko acenou rapidamente e foi ter com o Tamaki que levava a sua mala até à entrada, parecendo pronto para irem andando.
- Vamos?
Natsuko assentiu com a cabeça e abrindo a porta deixou o Tamaki passar, não se esquecendo de levar a sua chave da cómoda onde a guardava, mesmo perto da porta e saiu, fechando a porta.
O caminho para a estação foi feito num passo ligeiramente apressado (o que cansava o Tamaki que ainda tinha de levar a grande mala cor-de-rosa de Natsuko), mas num ambiente de boa-disposição e de placidez. Conversavam alegremente sobre qualquer coisa. Parecia que não se esgotavam de assuntos por falar um com o outro. Era uma das coisas de que Natsuko mais gostava. De falar com o Tamaki. E ele parecia entendê-la perfeitamente, ao contrário de muitos rapazes, que só estavam interessados em “dar umas voltas” e julgavam que as raparigas não percebiam isso. O Tamaki nesse aspecto era diferente… Parecia estar disponível para tudo o que ela quisesse falar com ele. E ela sentia-se extremamente grata em ter alguém como ele. Ele era um bom namorado, mas antes disso, era um óptimo amigo. Ela sentia que precisava dele. E sentia o mesmo da parte dele. E isso também a fazia sentir-se bem. O facto de saber que era especial na vida de alguém. Em resumo, estavam felizes os dois enquanto caminhavam para a estação onde a Hotaru e a Anna provavelmente já estavam à espera do casalinho.

E de facto estavam. A Hotaru repreendeu-os veemente por terem chegado em cima da hora. Depois de se terem desculpado, a Natsuko e o Tamaki compraram os bilhetes e os quatro puseram-se a caminho no comboio em direcção à próxima estação, que ficava numa vila, com o nome de Koihiyuuki que ficava perto de uma praia onde os jovens que viviam em Unmeiyo gostavam de passar os seus dias de Verão, incluindo eles. Natsuko olhava pela janela do comboio para a paisagem que se via, de vários rochedos, cobertos de musgo e pequenas ervas, com o Tamaki sentado a lado dela. Se passassem esses rochedos, veriam o oceano. Vasto, azul e impetuoso, mas no entanto suave, Natsuko adorava o mar. Afinal de contas qual era a jovem que não gostava do mar? Um local de romances e partidas. O grande oceano que reflectia o azul do céu. O mar era um símbolo de sonhos e de esperanças… Esperanças de que a sua vida corresse sempre pelo melhor.
E a face do desconhecido rapaz de olhos azuis voltou a surgir na sua mente…
Natsuko abanou a cabeça, tentando desembaraçar-se daquele pensamento que a assolava tantas vezes. Estava mesmo a começar a ficar farta. Estava tão bem a pensar no mar! Porque tinha de ter pensado naquele rapaz mais uma vez? Maldito mágico! Nunca lhe iria perdoar o truque que ele havia feito para que ela estivesse a pensar tanto nele! Era magia de certeza! E magia negra!
O resto da viagem, tirando os pensamentos desordenados de uma Natsuko irritada, passou-se sem contratempos, ao aproximarem-se da localidade de Unmeiyo. Natsuko havia-se encostado ao Tamaki de modo a melhor focar-se nele, o que, escusado será dizer, não adiantou de muito… Mas o Tamaki nem se pareceu importar. O toque suave do corpo de Natsuko sobre o dele fazia-o sentir-se bem consigo mesmo e fazia-o feliz. Natsuko sabia que, ao estar com o Tamaki, o faria feliz. E o Tamaki merecia ser feliz. Ele era uma pessoa mesmo especial para ela. Merecia uns carinhos de vez em quando.
Então ouviu-se uma voz automatizada, algo elevada, soou pela carruagem do comboio, alertando os quatro adolescentes que se encontravam num clima de descontracção, sem falarem muito uns com os outros.
- Estamos prestes a chegar à estação de Unmeiyo. – Dizia uma voz feminina – Por favor preparem-se para abandonar a carruagem, chegaremos dentro de aproximadamente trinta segundos.
E a ligação da cabina do condutor do comboio cortou-se. A Natsuko, o Tamaki e as duas raparigas levantaram-se, agarrando as suas malas e viram pela janela do comboio que estavam agora a abrandar enquanto passavam por uma povoação algo pequena. Ao fundo da vista, via-se o mar que se estendia por toda a paisagem. Os olhos de Natsuko brilharam. Estava um dia lindo! O mar parecia ainda mais deslumbrante naquele dia. No céu viam-se algumas gaivotas que planavam livremente por cima da povoação pela qual o comboio passava. E então o comboio começou a parar lentamente enquanto passaram por uma estação onde estavam umas poucas pessoas que certamente esperavam pelo comboio onde ela se encontrava. O comboio começou a abrandar cada vez mais até que parou finalmente. Assim que parou, uns segundos mais tarde as portas abriram-se automaticamente e Natsuko, Tamaki, Hotaru e Anna saíram do comboio para uma estação de comboios relativamente pequena, arrastando com as suas coisas e dando espaço para as pessoas que tinham estado à espera na estação entrarem no comboio.
- Ok! Já chegámos! – Hotaru parecia exultante de alegria, fazendo uma espécie de dança parecida com uma valsa rápida na estação segurando a mala com ambas as mãos, e mostrando o quão bem-disposta que estava. Natsuko ria-se a bandeiras despregadas ao ver a sua amiga a fazer aquelas figuras e Anna sorria tranquilamente e olhava em volta. Tamaki esperava que a namorada e as amigas se decidissem a ir finalmente em direcção da praia. E dentro de cerca de quinze minutos, os quatro jovens haviam atravessado a aldeia a pé e aproximavam-se cada vez mais do mar. Natsuko já conseguia ouvir as ondas rebentarem contra os rochedos que havia na praia. O ar marítimo entrava-lhe pelas narinas e acalmava-a. A Hotaru e a Anna conversavam animadamente. Então, enquanto caminhavam, o Tamaki, algo hesitantemente, foi lentamente pegando na mão da Natsuko que foi apanhada de surpresa e fitou o rosto do Tamaki que estava levemente avermelhado e que olhava obstinadamente para a frente. E à frente deles já se via um estrado de pedra cujas escadas, no canto inferior direito do estrado, desciam directamente para a areia. Natsuko viu o oceano azul que se estendia e que, ao bater a luz do sol na sua superfície, esta criava um efeito de intermináveis jóias que brilhavam intensamente, flutuando na água. Os olhos de Natsuko, tal como a superfície do mar, pareciam brilhar. Tinham finalmente chegado à praia!
Foi a Hotaru que disse por alto o que todos estavam a sentir.
- Chegámos! Ai! Está um dia lindo! – Exclamou ela alegremente, espreguiçando-se indolentemente. A Anna sorriu e tirava as suas próprias impressões daquele momento silenciosamente. Na verdade, em comparação com a sua melhor amiga, a Hotaru, a Anna tinha uma certa aura de maturidade, de calma a fazer as coisas e não era de muitas palavras. Mas era extremamente perspicaz. Normalmente ela reparava nas coisas antes que os outros todos tivessem tempo de se aperceber do que estava à volta deles. Era um tanto ou pouco enigmática, é certo, o que às vezes assustava um pouco as pessoas, até porque ela era directa e dizia exactamente aquilo que pensava, o que às vezes, sem querer, magoava os outros. Mas aparte isso ela era uma amiga fiel e doce. E apesar de serem pólos opostos uma à outra, ela e a Hotaru eram amigas inseparáveis. Não faziam nada sem a outra. “Os opostos de facto atraem-se”, disse a Natsuko numa ocasião, fazendo referência à amizade delas.
Natsuko olhou o Tamaki que parecia perdido em pensamentos, observando o mar que se estendia na frente deles, mas as faces ainda meio escarlates. Ainda estavam de mãos dadas. Natsuko reparou como a mão do Tamaki agarrava gentilmente na dela, sem a magoar ou fazer pressão, mas mantendo-a junto a ele. E sinceramente, não sabia muito bem o que aquele gesto tão simples, mas cheio de sentimentos, significava para ela… Não devia saber? Não era simples? O seu namorado havia-lhe agarrado na mão. Eram um par. E no entanto, parecia tudo estranhamente vazio. Era como se nada houvesse mudado desde há cinco minutos atrás, quando apenas alguns centímetros os separavam. Era como se o gesto do Tamaki não tivesse significado muito para ela.
Mas não fazia sentido. Ela gostava do Tamaki. Gostava mesmo muito do Tamaki! Ele era amável, forte, inteligente e paciente. Sempre estivera lá para ela sempre que precisara. Ela gostava muito dele. Caramba, eram um casal de namorados! Aquele momento devia ter, supostamente, feito o seu coração bater mais depressa. Mas ele batia ao mesmo ritmo que sempre, no seu peito. O que acabara de acontecer era incomodativamente normal… Normal. O que havia de fazer se o Tamaki lhe perguntasse como se sentia e ela dissesse crua e directamente a palavra “normal”. Bem sabia o quão o poderia magoar. Mas era o que sentia! Nada de especial adviera do facto do Tamaki lhe ter pegado na mão. Mas deveria! Ela devia ter sentido algo! Certo? Ou era normal sentir-se assim? Afinal já estava acostumada a estar com ele. Mas… Era também verdade que ele nunca havia pegado na sua mão daquele jeito tão subtil.
E então a questão surgiu, clara e viva na sua cabeça.
“O que sinto eu pelo Tamaki?”


( eu sei que não está grande coisa, mas a minha escrita anda enferrujada =( )


Última edição por SenseMiki em Ter Jun 09, 2009 5:28 pm, editado 1 vez(es)
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